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20/06/2012 16:40:45

Trabalhadores bloqueiam acesso à Lajinha e invadem esplanada da empresa em União dos Palmares

Trabalhadores bloqueiam acesso à Lajinha e invadem esplanada da empresa em União dos Palmares
Trabalhadores bloqueiam acesso a Usina Lajinha

O cidadão palmarino Adelino Ângelo postou na rede social Facebook uma imagem que nenhum órgão da imprensa local conseguiu fazê-lo. Ele fotografou o momento em que os trabalhadores da própria indústria e do campo do parque fabril do grupo João Lyra invadiu a espalhada da empresa em busca de seus salários e direitos trabalhistas que eles afirmam estar em atraso já há dois meses.

Entre os manifestantes, pessoas das mais variadas atividades – desde aqueles que limpam a própria esplanada até servidores burocráticos, plantadores da cana, operadores de maquinas agrícolas (tratoristas), motoristas e afins. Segundo se comenta os proprietários rurais fornecedores da matéria prima (cana) também estão sem receber seus repasses.

A sociedade civil organizada assiste a este quadro triste e deprimente com a sensação de inutilidade – ninguém, a exceção do proprietário ou proprietários do grupo podem por meios burocráticos e talvez até de acordos previstos em lei arrumar mecanismos para amenizar o sofrimento dos trabalhadores que agora, além das necessidades para arcar com as despesas triviais das próprias casas têm mais dois problemas pela frente: o primeiro, o fantasma do desemprego e o outro, as cobranças do comércio que venderam a crédito, mas que transferiram o recebimento das vendas para os bancos.

A cidade vive um clima de temor de uma recessão a exemplo do que já ocorreu na cidade de Murici quando a Usina São Simeão fechou suas portas. As feiras livres acabam mais cedo, e o comércio começa a sentir a recessão antecipadamente. Como se não bastasse, o INSS transferiu o pagamento dos aposentados dos seus referidos municípios para as cidades de São José da Laje e Murici que até pouco tempo passado recebiam suas aposentadorias em União e faziam compras no comercio local.

Na cidade, a cada dia mais favelas aparecem impulsionadas pelo êxodo rural e o desemprego; começa a aparecer mais pedidos de ‘ajuda’ nas portas das padarias e supermercados de pessoas que sabidamente são trabalhadores mas que não tem mais onde trabalhar. O único fio de esperança é uma informação repassada à editoria deste informativo que, antes da crise, Lajinha e as empresas do Grupo João Lyra tiveram a preocupação de cuidar do campo procedendo à planta e a adubação dos canaviais. Segundo se comenta, as empresas do grupo em Alagoas estão aptas, tão logo cessem as chuvas, a colher a safra 2012/2013.

Para o homem que está desempregado, com carência de suprir o sustento da família – alguns até com fome - como o caso desses trabalhadores, fica difícil retroagir no tempo e absorver que Lajinha é responsável por 90% da nossa economia desde a década de 1950 e que a crise se alastra a todo setor canavieiro de Alagoas.

Resta, então, aos cidadãos responsáveis da comunidade a expectativa de que o grupo encerre sua inadimplência a exemplo de outros municípios produtores de Alagoas e que a situação volte à normalidade, mesmo porque em época de entressafra como a que enfrentamos, todos sabem que existe esta parada temporária na economia do município. A diferença é que este ano quem trabalhou até um passado recente, não recebeu os salários a que fez jus. O bom senso admite reflexão sobre o assunto principalmente dos políticos que até estão omissos. Infelizmente, a barriga dos desempregados não.

antonio aragão // - foto adelino angelo - facebook