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Municípios
02/06/2012 18:01:52

Sem-terra de Branquinha são rejeitados em assentamento

Sem-terra de Branquinha são rejeitados em assentamento
Sem Terra são rejeitados em acampamento

Famílias de trabalhadores rurais acampados no Assentamento Flor do Mundaú, em Branquinha, parecem ter esquecido os objetivos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, que se baseia na luta pela distribuição de terra, reforma agrária e por uma sociedade mais justa. Na noite da ultima quinta-feira eles impediram que 27 famílias do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) se instalassem nas terras ocupadas por eles.

 

Há um ano e três meses acampadas na Praça Sinimbu, as 27 famílias do MTL viajaram até o município de Branquinha para se instalar provisoriamente em um dos 27 lotes de terra do assentamento Flor do Mundaú, cujas terras pertencem ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que deu a autorização.

 

De acordo com o ouvidor agrário regional, Marcos Bezerra, houve um protesto por parte de outros trabalhadores rurais que já estavam instalados no local, de forma irregular, que rejeitaram a presença dos novos moradores.

 

“Poderíamos ter acionado os meios legais, já que a terra pertence ao Incra, mas optamos por recuar. Vamos continuar com a ação de reintegração de posse”, declarou o ouvidor agrário.

Segundo Marcos Bezerra, existem cinco assentamentos, que somam 532 lotes de terra no município de Branquinha, destinados à reforma agrária.

 

A reportagem não conseguiu entrar em contato com os trabalhadores rurais de Branquinha, porque eles, de acordo com o Incra, não são integrantes de nenhum movimento rural.

 

Sem destino


Tristeza e preocupação voltam ao MTL

 

Os sem-terra do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) vão passar o fim de semana na sede do Incra, em Maceió, após serem rejeitados pelos trabalhadores rurais de Branquinha. A Ouvidoria Agrária Regional está tentando uma solução para o impasse.

 

Nos rostos dos adultos, a expressão mais frequente era a de tristeza e preocupação por não saber o que vai acontecer com eles daqui pra frente. “É, minha filha, o que eles decidirem pra gente tá bom. Nós vamos para onde eles disserem”, declarou um dos sem-terra rejeitados por iguais de Branquinha.

 

A alegria e as brincadeiras partiam mesmo das crianças, que não tinham a noção do que estava acontecendo. Para elas, é como se tudo fosse uma grande folia.

 

ESPERANÇA

 

Na próxima segunda-feira, o ouvidor agrário regional do Incra, Marcos Bezerra, disse que poderá ter uma resposta para solucionar o problema e que situação semelhante aconteceu no Estado do Pará. “Estamos esperando a documentação para vermos se cabe também para essa situação, mas a Ouvidoria Agrária Nacional já se colocou à disposição para a resolução do problema. Estamos tentando uma área mais segura para eles ficarem”, esclarece Marcos Bezerra. Segundo o ouvidor, os sem-terra não vão voltar para a Praça Sinimbu. “Oferecemos o prédio do Incra, onde eles terão banheiro, água potável e comida, para eles passarem o fim de semana”, explica Bezerra, acrescentando que o trabalho ontem no Incra transcorreu dentro da normalidade.

 

BRANQUINHA

 

“Eles nem desceram do ônibus. É uma situação frustante para todo mundo; para eles e para nós”, declarou Marcos Bezerra.

 

De acordo com o Incra, a prefeita de Branquinha, Renata Moraes, estava junto aos sem-terra quando as 27 famílias chegaram à cidade.

 

A prefeiota também não queria a presença das novas famílias, alegando que o município não tinha condições para atender mais gente no que diz respeito à saúde e à educação. A reportagem tentou contato com a prefeita, mas ela não atendeu as ligações.


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andrezza tavares