O governador ainda fez um apelo para que governo federal “não abandone” Alagoas nesse momento e cumpra com o seu papel federativo. “São muitas ações que estão sendo feitas: polícia comunitária, ronda cidadã, chamamos a reserva técnica, compramos viaturas, mas não é suficiente. E eu preciso muito do apoio do governo federal. Eu já disse ao ministro: eu quero ser fiscalizado, monitorado, auditado, mas não posso é ficar sozinho. Alagoas está com as contas arrumadas, mas é um Estado pobre”, alegou.
Segundo Teotonio Vilela Filho, o Estado sofre com a falta de recursos para superar o problema da violência, que necessita de investimento. Entre as ações necessárias para melhorar a ação contra a criminalidade em Alagoas, o governador citou reforço do efetivo federal no Estado.
“Alagoas não produz o crack, que vem todo de outros Estados. É preciso reforçar o contingente da Polícia Federal em Alagoas, que é pequeno demais. Precisa ampliar o contingente da Força Nacional. Precisamos de mais para policiar a fronteira para evitar a chegada do crack. É preciso também que o município dê a sua contribuição, que as ruas estejam iluminadas, que os becos onde não entram as viaturas, passem a ter acesso. É preciso botar para funcionar essas áreas de lazer para que os jovens tenham lazer, de uma forma construtiva”, alegou.
Em março, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse, durante visita a Maceió, que os Estados terão planos individualizados e serão convocados a assinar um novo pacto e cumprir metas pré-estabelecidas pelo ministério. Segundo ele, a proposta de mudança é motivada pelos resultados insatisfatórios apresentados por alguns Estados, que estariam usando os recursos repassados pela União de maneira insatisfatória.
“Nós temos que mudar um pouco a ótica de como estamos vendo o problema. Até agora, a União atuou apenas como repassador de recursos para os Estados. Mas muitas vezes nós sentimos que os recursos não são utilizados na condição adequada. Em alguns Estados, o governo federal aplica os recursos, e os governadores retiram os seus recursos, substituindo o dinheiro por aquele do governo federal. Daqui pra frente nós vamos fazer um plano de segurança para cada Estado e vamos, a partir daí, alocar recursos com fixação de metas, onde o governo federal não será um mero repassador, mas efetivamente um indutor de política de segurança”, argumentou.
Segundo o Mapa da Violência 2012, feito pelo Instituto Sangari e adotado pelo Ministério da Justiça como índice oficial de assassinatos, o Brasil registrou no ano passado média de 26,2 homicídios para cada 100 mil habitantes. Já Maceió tem a maior taxa de do país entre as capitais, com 109,9 homicídios por 100 mil habitantes. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a partir de 10 assassinatos para cada 100 mil pessoas, a violência já é considerada em “nível epidêmico.”
O primeiro caso aconteceu no dia 14, quando o empresário José Ednaldo Brandão, 67, foi morto dentro do estacionamento de um supermercado, após ser abordado por dois homens, durante assalto, ainda no interior do seu carro.
Neste sábado (26), o médico José Alfredo Vasco Tenório, foi morto com um tiro enquanto fazia um passeio de bicicleta no corredor Vera Arruda, praça localizada na orla de Maceió. O médico teria tentado fugir, após ser abordado por dois homens, e acabou levando um tiro de pistola nas costas.
Em 2012, segundo dados do contador de homicídios do site Alagoas 24 Horas, mais de 800 pessoas já foram assassinadas. Este mês, dois casos de latrocínio causaram grande indignação, os dois no bairro nobre da Jatiúca.
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carlosmadero
matéria enviada por gabriel siqueiro (colaborador)