Sempre escuto em determinados lugares (na rua, na clínica nas repartições, etc.) as pessoas usarem a expressão: “CHEGUEI AO FUNDO DO POÇO”. Essa expressão é usada para descrever um momento de dificuldade psicoemocional pela qual estão passando, e que no pensamento delas, chegar ao fundo do poço é a inexistência de solução, e que metaforicamente se chegou ao fim.
Este termo é conhecido popularmente no nordeste, como beco sem saída; mas na verdade, é o último estágio degradante em que o ser humano acha que chegou.
Existe muita gente no fundo do poço, com uma dúvida cruel na cabeça: será que consigo sair desse buraco? Será que é possível sair dessa situação lamentável em que me encontro?
Sim. Não é fácil, mas é possível. O que precisamos ter em mente é que não importa a profundidade do poço; o que importa é que ainda não há terra por cima, que não estamos soterrados. Por isso, sempre há uma saída!
Pois bem, isto é o que a pessoa realmente pensa e acredita quando se encontra neste estado psicoemocional, porque o seu pensamento está focado totalmente na situação (problema) e não consegue perceber situações novas (saída). Isso acontece porque quando chegamos ao fundo e achamos que não temos mais saída, nos vemos em uma solidão tremenda, dai vem as depressões, angustias, desgosto pela vida e uma infinita tristeza por você mesmo; achamos que o percurso até o alto fica praticamente inatingível, é quando pensamos que chegamos ao FIM.
Se prestarmos atenção, vamos perceber que chagar ao fundo do poço PODE NÃO SER REALMENTE O FIM, chegar ao fundo do poço PODE SER O COMEÇO; começo da emersão, de uma nova aprendizagem. Porque quando se chega ao fundo do poço não tem mais como descer; mas se pode subir, e subir depende exclusivamente do nosso desejo. Para realizar este desejo é necessária a ação de tentar, mesmo que falhe em todas as tentativas, mas continue tentando, tentando, tentando, que certamente irá conseguir. Só não consegue, se não tentar ou tentar, falhar e desistir. Se não tentar; ou tentar, falhar e desistir sabe quando você vai subir? Nunca, pode ter certeza disso.
Geralmente a subida é lenta, dolorosa, escorregadia, cheia de obstáculos e às vezes desanimadora em virtude de algumas recaídas; mas a cada passo dado vamos percebendo que nos aproximamos cada vez mais da superfície. Por isso, necessita-se de muita determinação, força, desejo, ação e muitas vezes é necessária ajuda externa (psicólogo/psiquiatra) para se chegar à superfície.
Dr. Jacinto Martins de Almeida
Psicólogo/Psicanalista/Hipnólogo/Acupunturista