Após os mandados de prisão expedidos pela Justiça contra nove dos dez vereadores de Rio Largo, sete suplentes se mobilizaram e pediram à Câmara Municipal para assumir as vagas deixadas em aberto. Eles protocolaram o requerimento na Casa na tarde desta terça-feira (22) e esperam que o vereador Reinaldo Cavalcante (PP) - preso e em seguida liberado por contribuir com as investigações - analise o documento.
Os vereadores do município e o prefeito Antonio Lins de Souza Filho, o Toninho Lins (PSB) tiveram a prisão determinada pela Justiça a pedido do Ministério Público Estadual (MPE), que investiga a venda ilegal de um terreno na cidade.
Com a presença dos suplentes, de líderes comunitários do município e da imprensa, dezenas de pessoas se aglomeraram em frente ao prédio da Câmara de Rio Largo e comentavam a notícia da prisão do prefeito Toninho Lins, que se apresentou ao Tribunal de Justiça também nesta terça-feira. Houve ainda uma breve queima de fogos de artifício.
Entre os moradores, prevalecem dúvidas sobre a situação política do município. "A gente não sabe direito e tem até medo do que vai acontecer, se a vice-prefeita vai assumir, se a Câmara vai ter sessão", disse a estudante universitária Madalena Fernandes, de 21 anos.
De acordo com o advogado que representa o grupo de suplentes, Henrique Vasconcelos, o regimento da Câmara de Rio Largo prevê que, na ausência da Mesa Diretora, é o vereador mais velho que deve presidir a Casa – nesse caso, Reinaldo Cavalcante. “Já tivemos um diálogo com ele e percebemos disponibilidade para atender ao pleito. Caso a resposta do vereador seja negativa, vamos acionar a Justiça para que os suplentes assumam os mandatos”, afirmou o advogado.
A pessoas próximas, Reinaldo Cavalcante teria dito que deixará nas mãos da Justiça a decisão sobre os mandatos dos suplentes, mas o advogado Henrique Vasconcelos ainda pretende discutir o assunto com o vereador. A próxima sessão ordinária da Câmara será na próxima quinta-feira (24), às 19h.
Pleiteiam as vagas os suplentes Emerson José Barbosa Pinto (PSB), o Netinho Pinto; Reginaldo Alves de Mendonça Filho (PMDB), o Reginho; José Alves de Farias (PPS), o Zeca Farias; Ana Paula de Moraes Moura (PP); Aloísio Correia Torres Junior (PP), o Juninho Torres; Cícero de Almeida Albuquerque (PP), o Cícero do Adefal; e Maria Elielza dos Santos Euclides (PMDB).
Reginaldo Alves ressaltou que o grupo de suplentes não será omisso sobre a situação política vivenciada em Rio Largo e que, tomando posse nos cargos, irão analisar as denúncias feitas pelo Ministério Público contra os representantes dos poderes Executivo e Legislativo do município.
"Temos que dar uma resposta à sociedade, não seremos omissos, até porque fazemos um
juramento de compromisso ao tomar posse", afirmou Reginho.
O suplente de vereador José Nilton Gomes de Souza (PSB), o Nilton da Farmácia, um dos presos na operação desencadeada pelo Gecoc – ele havia assumido a cadeira de Jean Móveis (PRP) para votar pela desapropriação irregular de um terreno em 2010 – também pode vir a requerer uma das vagas.
Após investigação do Gecoc em Rio Largo, foram presos, no dia 17 de maio, os vereadores Jefferson Alexandre (PP), Reinaldo Cavalcante (PP), Ionaide Cardoso (PMDB), Aurízio Espiridião da Hora (PP), Cícero Inácio Branco (PMDB) e Milton Pontes (PPS).
Continuam foragidos os vereadores Luiz Felhipe Malta Buyers, o Lula Leão (PSB), que é presidente da Câmara; Thales Luiz Peixoto Cavalcante, o Thales Diniz (PSB), 1º secretário da Casa; e Maria das Graças Lins Calheiros (PMDB), que estava de licença médica no dia das prisões. A Justiça alagoana também determinou a prisão do prefeito Toninho Lins, que ainda não se apresentou à polícia.
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acássia deliê