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Polícia
18/05/2012 10:34:33

Delegacias têm dois policiais por plantão

Delegacias têm dois policiais por plantão
Delegacia da Jatiuca em Maceió

A falta de estrutura física e de efetivo nas delegacias do Estado não é novidade, porém a situação vem piorando. Em Maceió, os distritos policiais trabalham, em média, com dois policiais por plantão. No interior, a situação é ainda pior: algumas delegacias chegam a funcionar com apenas um policial por dia, segundo informa o delegado Antônio Carlos Lessa, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Alagoas (Adepol).

 

“Não existe delegacia pior. Todas são semelhantes. A situação é dificílima”, declara Carlos Lessa.

No 2° Distrito Policial, em Maceió, o efetivo é tão reduzido que apenas dois policiais trabalham por dia para dar conta de todos os serviços da delegacia. “Não temos estrutura e nem condições de trabalho. Para se ter uma ideia, 500 inquéritos abarrotam a delegacia, sem contar os que não foram instaurados por falta de estrutura”, desabafa o delegado do 2° DP, Egivaldo Lopes.

 

Ele diz ainda que esse número de inquéritos que se acumulam só não é maior porque o distrito atua em uma área onde o índice de homicídios é baixo. “A sorte é que nessa área não tem tantos homicídios. Os crimes mais comuns são estelionatos, arrombamentos a residências e a estabelecimentos comerciais e assaltos”, relata.


B.O.

 

Por causa da falta de efetivo, o 2° DP, localizado na Jatiúca, não faz Boletim de Ocorrência. “Não tem funcionário para fazer o B.O. A sensação é de impotência, estou de mãos atadas”, fala o delegado.

 

Fernão Velho


DP fica com um agente por dia

 

A reportagem da Tribuna Independente ouviu alguns delegados da capital e a informação foi a mesma: faltam condições de trabalho para a Polícia Civil.


Leonardo Assunção, delegado do 8° Distrito Pilicial, no Benedito Bentes, diz que “faz das tripas coração”, para cumprir sua função. “A credibilidade [da polícia] tem caído. Existem fatos que nem chegam ao nosso conhecimento, porque a população está desacreditada”, revela Assunção.

 

“Só por amor e por respeito à população é que a gente trabalha, pois não temos efetivo suficiente”, declara Maria do Socorro, delegada do 25° DP, em Fernão Velho, onde um único policial trabalha por dia.


Se dois crimes acontecerem ao mesmo tempo na região do 7° DP, na Pitanguinha, a delegacia fica impossibilitada de atender. “Muitas vezes um já é difícil. Se acontecerem dois, alguém vai ter que esperar”, conta o delegado Denissom Albuquerque.

 

Mesmo sem as condições ideais para trabalhar, os delegados recebem cobranças, segundo afirma o presidente da Adepol, Antônio Carlos Lessa. “A Justiça quer que o delegado conclua um inquérito em 30 dias, mas é humanamente impossível”, diz. Ele acrescenta que o Conselho de Segurança cobra das delegacias a meta de seis inquéritos resolvidos por mês. “Antes de estipular metas, é preciso dar condições de trabalho. O Conselho deveria ver as dificuldades dos delegados ‘in loco’”, desabafa. A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que o problema será resolvido com o concurso público que deve ser realizado este ano e que prevê 25 vagas para delegado, 50 para escrivão e 150 para agentes.


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andrezza tavares