Depois de darem um sumiço no busto de Benom Maia Gomes, exatamente na praça que leva seu nome, agora foi a vez de atacarem o “Príncipe dos Poetas” Jorge de Lima.
O desleixo até quinto grau da secretaria municipal de Cultura e o exagero da prefeitura municipal em fincar a terceira estátua em menos de seis meses, de Zumbi dos Palmares, sem antes aplicar política de conscientização sobre o indivíduo, levou vândalos raivosos a picharem a única estatua do poeta de Acendedor de Lampeões.
Jorge de Lima parece ser um camarada sem sorte com os gestores municipais. Recentemente ele teve a janela de sua casa tapada com tijolos de seis furos, onde contam, certa vez ele sentado no beiral pegou a caneta e botou os neurônios pra funcionarem e escreveu o poema Nega Fulô.
O visual da janela estilo rococó era voltado para a gloriosa serra da Barriga. Dali como ninguém, era possível ter uma visão privilegiada do platô e foi então que ele escreveu o poema com passagens eróticas onde ele compara as linhas e contornos da serra com uma Mucama com seus peitos roliços, duros e fogosa.
Anos depois, na gestão do prefeito Kil de Freitas, o cuidado com o cultural desanda. Não existe política nenhuma de preservação dos vultos históricos da cidade. Foi baseado nisso que picharam o poeta Jorge dando-lhe um cavanhaque mal acabado acompanhado de simbolos “Suásticos” “Nazistas” nas cores de campanha do prefeito Kil de Freitas que extendeu na pintura dos prédios públicos do município, com a suposta aquiescência do letárgico Ministério Público local.
Para o historiador Paulo de Castro Sarmento, “a atitude de colorir Jorge de Lima, nossa referência poética para o mundo é o fim da picada. É preciso uma nova ordem em tudo no município, até cultural”, condenou o historiador, neto do primeiro prefeito do município de União dos Palmares.
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ivan nunes