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Saúde
13/05/2012 09:53:36

Região Norte de Alagoas em alerta por causa da dengue

Região Norte de Alagoas em alerta por causa da dengue
Ilustração

Dos 28 municípios alagoanos que enfrentam uma epidemia de dengue, três estão localizados na região Norte do Estado: Maragogi, Porto Calvo e Novo Lino. Outros dois – Japaratinga e Colônia Leopoldina – encontram-se em situação de alerta. Três deles estão com Índice de Infestação Predial (IIP) acima de 3%, quando o recomendado não pode ultrapassar 1%; por isso, apresentam risco de surto: Campestre, Colônia Leopoldina e São Luís do Quitunde.

A situação mais grave se estabelece justamente no município que é considerado o segundo maior destino hoteleiro de Alagoas: Maragogi. Esta semana que passou, as autoridades de saúde detectaram a presença do vírus tipo 4 da dengue (Denv-4) circulando no município. Apenas outras quatro cidades apresentam, até o momento, esta forma viral no Estado: Cacimbinhas (01), Maceió (03 sendo, 02 na Serraria e 01 no Ouro Preto),Marechal Deodoro (02) e Piaçabuçu (01).

“Todas as pessoas estão susceptíveis ao vírus do tipo 4 porque seus organismos ainda não criaram defesa para essa nova forma. Os cuidados para com esse vírus são os mesmos que o paciente deve adotar no caso da forma clássica da doença. O problema é que quem já foi infectado pelas outras formas virais (1, 2 e 3) pode vir a ter dengue com complicações, mas isso depende de cada organismo”, explicou a coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Maragogi, Rosana Rios.

São Bento é a área mais crítica

A coleta do material para detecção do vírus tipo 4 foi realizada no final de março em um morador do distrito de São Bento. O resultado saiu na semana que passou. O paciente reagiu bem ao tratamento e a doença não evoluiu para a forma grave. Entretanto, São Bento é localidade que inspira maior cuidado em Maragogi. Lá, duas crianças morreram em um intervalo de menos de 15 dias em abril com suspeita de dengue hemorrágica.

De acordo com a coordenadora municipal de Vigilância Epidemiológica, Rosana Rios, apenas o primeiro caso de óbito, o da estudante Valéria Alves da Silva, 7 anos, ocorrido no dia 8 de abril, permanece sob investigação. O outro caso, envolvendo a morte Edilson Manoel da Silva, 6, não entrou sequer para as estatísticas; foi tratada como doença pulmonar aguda.

Mutirões contra a dengue são deflagrados

Nesta semana que se inicia, as secretarias municipais de Saúde e de Infraestrutura vão promover mutirões de limpeza e de educação nos distritos de São Bento e Barra Grande, em Maragogi. Outras ações já estão sendo executadas com o objetivo de intensificar o combate à dengue em todo o município.

Na terça-feira, o mutirão inicia os trabalhos no distrito de Barra Grande, onde o Índice de Infestação Predial (IPP) é de apenas 0.11%, segundo informou o coordenador de combate às Endemias, Cícero Barros da Silva.

Apesar do baixo índice, a localidade precisa de atenção especial por também apresentar características favoráveis à reprodução do Aedes Aegypti, como grande quantidade de casas de veraneio, terrenos baldios e muitos mananciais hídricos.

O mutirão vai envolver agentes de endemias e de saúde, além dos garis e máquinas da Secretaria de Infraestrutura.

Porto Calvo apresenta 124 casos da doença e várias irregularidades

O município de Porto Calvo registrou, até agora, 124 casos suspeitos de dengue e, ao lado de Maragogi (255) e de Novo Lino (54), encontra-se em situação epidêmica. A Gazeta flagrou situações que certamente estão contribuindo para o aumento do número de casos da doença em Porto Calvo.

A sede da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) conserva duas enormes piscinas desativas e cheias de água da chuva que levam preocupação diária aos moradores da Rua do Varadouro.

“É preciso isolar, cobrir essas piscinas, para evitar que a água da chuva se acumule nelas e sirva de criadouro para o mosquito da dengue”, cobra o motorista Elias José da Silva, 40 anos, cuja casa onde mora faz vizinhança com a AABB.

“A gente tem reclamado, mas ninguém vem até aqui tomar providência nenhuma”, se queixa a dona de casa Severina Galbira de Lima, 68. O presidente da AABB de Porto Calvo, Genival Gomes da Silva, disse que entende a preocupação dos moradores. Ele garantiu, entretanto, que os agentes de endemias depositam, periodicamente, larvicida dentro das piscinas desativadas para acabar com os possíveis focos do mosquito.

gazetaweb //

severino carvalho