O trabalho de apuração de quase quatro mil inquéritos instaurados entre 1990 e 2007 para apurar homicídios cometidos em Alagoas envolveu delegados da Polícia Civil e da Força Nacional e promotores do Ministério Público Estadual (MP) durante mais de um ano. Mas não vai apresentar grandes resultados para o combate à impunidade em Alagoas.
Dos 4.180 registros de investigações abertas e esquecidas em gavetas e estantes de delegacias alagoanas, a Polícia Civil não sabe explicar o destino de mais de mil destes inquéritos que apurariam as mortes violentas.
Além disso, o mutirão da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp) – criado para promover o fim da impunidade em todo o País com a alcunha de Meta 2 – somente alcançou o desfecho de pouco mais de 20% dos cerca de três mil inquéritos que conseguiram ser localizados pela Polícia Civil em Alagoas.
Os outros 80%, quase 2.500 casos de assassinato, não tinham informações suficientes para que fosse iniciada uma investigação que apontasse pelo menos um indiciado, suspeito ou circunstância que desse margem à realização de diligências.
Este montante de inquéritos foi arquivado ou desclassificado, como tem acontecido com a maioria dos dados que tem chegado ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que centraliza e divulga essas informações por meio do chamado “Inqueritômetro”, exposto em seu site oficial.
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davi soares