Remédios roubados de posto vão para farmácias, afirma denunciante

O roubo de medicamentos da Unidade de Saúde Roland Simon, no Vergel do Lago, em Maceió, que ainda não foi totalmente esclarecido, ganhou novas informações nesta segunda-feira (16). Uma denunciante, que preferiu não se identificar, procurou a TV Pajuçara e o Tudo na Hora e afirmou que este não é o primeiro, mas o terceiro roubo de remédios que acontece no posto de saúde.

Ela diz, ainda, que os medicamentos roubados podem estar abastecendo os estoques de farmácias dos bairros do Vergel e da Ponta Grossa.

Entretanto, procurado pelo Tudo na Hora, o coordenador de Assistência Farmacêutica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Eli Carlos, negou a veracidade dos detalhes trazidos pela denunciante. “Essa informação não procede. Também recebi essa denúncia por meio da ouvidoria. Mas a pessoa está mal informada. Todas as vezes que há roubo de medicamentos, nós fazemos boletim de ocorrência. A nossa parte sempre foi feita”, disse.

De acordo com a denúncia, apesar de as imagens mostrarem apenas a ação dos ladrões no dia 6 de abril, quando 156 mil comprimidos foram roubados do estoque, desde 2011 os delitos são notados pelas equipes que trabalham no posto. "Mas antes não havia câmeras para registrar", relata a mulher.

Somente em fevereiro deste ano é que o roubo foi registrado pelo circuito interno de monitoramento, mas teria sido abafado pela diretoria da Unidade de Saúde, segundo afirmou a denunciante.

Os medicamentos encontrados em um contêiner de lixo, como mostrou a reportagem da TV Pajuçara na última sexta-feira (13), teriam sido resultado já de um segundo roubo ao posto de saúde. O prejuízo, segundo a própria Secretaria Municipal de Saúde (SMS), ultrapassou R$ 4 mil.

A denunciante aponta que a diretoria do posto Roland Simon não registrou Boletim de Ocorrência (BO) nas duas primeiras vezes e não o queria fazer neste último roubo. Segundo ela, o BO só foi feito por causa da iniciativa dos funcionários, que se dizem cansados com esta situação.

Ela diz, ainda, que só se tem acesso aos medicamentos por meio da chave de segurança. As portas da sala onde fica o estoque não foram arrombadas em nenhum dos casos, como mostram os vídeos do circuito interno do posto: após abrir a porta, os acusados entram de "cara limpa" e levam os medicamentos.

Além disso, continua a denunciante, o alarme não soou durante a ação dos bandidos. Segundo ela, uma funcionária terceirizada possui essa chave e "manda e desmanda no posto".

A denunciante afirma que o posto já chegou a ser fechado por falta de medicamentos e que os dois homens que são vistos nos vídeos roubando os produtos da unidade de saúde são conhecidos no Vergel e residiriam no bairro.