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07/04/2012 22:56:59

Papa diz que escuridão sobre Deus é verdadeira ameaça para o mundo

Papa diz que escuridão sobre Deus é verdadeira ameaça para o mundo
O Papa na vigilia pascal

O papa Bento XVI presidiu na noite deste sábado, na basílica de São Pedro do Vaticano, a Vigília Pascal, na qual disse que a "escuridão sobre Deus e seus valores são a verdadeira ameaça para nossa existência e para o mundo". Diante de 10 mil pessoas, o pontífice falou que as pessoas iluminam as cidades de tal maneira que não conseguem ver as estrelas no céu.

 

O papa acrescentou que a escuridão ameaça verdadeiramente o homem porque o impede de ver aonde vai e de onde vem o mundo. Na noite na qual a Igreja celebra o Sábado de Aleluia, o pontífice, de quase 85 anos, falou sobre a criação do mundo e disse que os sete dias são uma imagem de um conjunto que se desenvolve no tempo.

 

Para ele, o sétimo será "o dia da liberdade de todas as criaturas com Deus e de umas para com as outras". O Bispo de Roma também ressaltou que o relato do livro Gênesis se inicia com a criação da luz, enquanto o sol e a lua são criados somente no quarto dia. "Por isso, o sol e a lua não têm o caráter divino que as grandes religiões tinham atribuído. Eles não são deuses de modo algum, são corpos luminosos criados pelo Deus único", afirmou o papa.

 

Bento XVI destacou ainda que a luz torna possível a vida, o encontro, a comunicação, o acesso à realidade, à verdade e o conhecimento e faz possível a liberdade e o progresso. Em seu relato, o papa destacou que a criação da luz por Deus significa criar o mundo como um espaço de conhecimento e de verdade, espaço para o encontro e a liberdade, espaço do bem e do amor. "A matéria-prima do mundo é boa, o ser humano é bom em si mesmo. E o mal não provém do ser, que é criado por Deus, mas existe em virtude da negação", afirmou.

 

A Vigília Pascal ou "Lucernário" é um dos ritos mais antigos da liturgia e se celebra na noite em que Santo Agostinho chamou "mãe de todas as vigílias", em alusão à espera da Ressurreição do Filho de Deus. A celebração da Igreja começou no átrio da basílica com a bênção do fogo novo e o acendimento do círio pascal. O papa Ratzinger gravou no círio uma cruz, a primeira e a última letra do alfabeto grego - alfa e ômega - e o número do ano 2012. Ao mesmo tempo, pronunciou em latim "Cristo ontem e hoje, princípio e fim, alfa e ômega. A Ele pertence o tempo e os séculos, a Ele a glória e o poder por muitos e muitos séculos".

 

Depois começou a procissão para o altar maior, sob uma total escuridão no templo, que foi iluminado pouco a pouco pelas velas de milhares de pessoas acesas uma a uma com a chama procedente do Círio Pascal. Seguindo uma tradição da Igreja primitiva, oito catecúmenos (adultos que aspiram ao batismo) foram batizados, dois da Alemanha e um da Itália, Albânia, Eslováquia, Turcomenistão, Camarões e Estados Unidos. Bento XVI oficiará amanhã na Praça de São Pedro a missa do Domingo da Ressurreição e depois lerá a Mensagem Pascal e dividirá a bênção "Urbi et Orbi" em mais de cem idiomas.

 

r7

 EFE jl/cl/id

 
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