O quadro negativo dos municípios alagoanos se deve à baixa arrecadação própria, ao baixo nível de investimentos e ao excessivo comprometimento do orçamento com a folha de pagamentos do funcionalismo municipal. De fato, a baixa média no IFGF Gastos com Pessoal (0,4185) e no IFGF Investimentos (0,3433), a pior do Brasil, confirmam o diagnóstico. A situação da gestão fiscal não foi diferente: com exceção dos quatro primeiros colocados, todos os outros municípios apresentaram gestão crítica, ou seja, conceito D.
Em 20º lugar entre as capitais e 1.967º no ranking brasileiro, Maceió (0,5968) apresentou uma gestão fiscal difícil. E, mais uma vez, o baixo nível de investimentos e o elevado custo da dívida foram os principais motivos deste resultado. O município Palmeira dos Índios com índice de 0,3086 integrou, inclusive, o ranking dos 500 piores resultados nacionais.
No topo do ranking estadual, os dez melhores municípios são, em ordem do primeiro para o décimo colocado: Barra de São Miguel (0,8315); Porto de Pedras (0,6579); Coruripe (0,6261); Jequiá da Praia (0,6121); Maceió (0,5968); Arapiraca (0,5832); Marechal Deodoro (0,5745); Paulo Jacinto (0,5744); Carneiros (0,5736) e São Miguel dos Milagres (0,5464).
O município de Barra de São Miguel, primeiro lugar no ranking estadual, foi o 42º colocado no ranking nacional. A cidade foi a única a obter o conceito A, ou seja, gestão excelente, conquistada ao bom desempenho em todos os indicadores, sobretudo, nos IFGFs Investimentos e Liquidez, ambos com notas máximas. Já Paulo Jacinto e São Miguel dos Milagres, em oitavo e décimo lugares, se destacaram pela nota máxima no índice Liquidez.
Na outra ponta do ranking, os dez piores resultados, são: São José da Tapera (0,2234); Colônia Leopoldina (0,2130); Joaquim Gomes (0,2115); Inhapi (0,1883); Passo de Camaragibe (0,1564); Jundiá (0,1563); Campestre (0,1506); Matriz de Camaragibe (0,1491); Pindoba (0,1211) e Piaçabuçu (0,0866).
Os problemas dos dez piores foram generalizados: sete ficaram entre os 100 piores do país. Destacam-se os nove zeros obtidos no IFGF Gastos com Pessoal e os seis zeros em IFGF Liquidez. Isso quer dizer que nove municípios superaram o limite da meta estabelecida pela Lei de Responsabilidade Fiscal para gastos com funcionalismo (60% da receita) e seis municípios fecharam o ano com mais restos a pagar do que recursos em caixa. A cidade de Piaçabuçu foi avaliada com índice 0,0866, isto é, conceito D (difícil) em todos os indicadores, ficando com a penúltima colocação no ranking brasileiro.
Em sua estreia, o IFGF avaliou 5.266 cidades brasileiras, onde vive 96% da população. Dos 5.565 municípios do país, 297 não apresentaram seus dados fiscais ao Tesouro Nacional até o fechamento do trabalho, em setembro do ano passado – isso apesar de o prazo oficial do Tesouro terminar em junho. São 43 municípios da Bahia, 34 do Pará, 33 de Minas Gerais, 29 do Piauí, 23 do Maranhão, 22 de Goiás, além de 113 de outros 19 estados brasileiros.
No caso de Alagoas, não estavam disponíveis na base de dados da Secretaria do Tesouro Nacional os dados de oito municípios: Belém, Campo Grande, Craíbas, Estrela de Alagoas, Japaratinga, Maragogi, Mata Grande, Novo Lino, Palestina, Santana do Mundaú e São Luís do Quitunde.
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