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Polícia
01/03/2012 20:12:09

Traficante monta super quadrilha em Maceió

Traficante monta super quadrilha em Maceió
'Aranha' teria montado quadrilha

A disputa pelo comando do tráfico de drogas no bairro da Levada, periferia de Maceió, continua. Desde a metade do ano passado (2011) dois grupos rivais impõem medo na região a fim de manterem seus “negócios” longe da repressão da Polícia. Mas a chamada “guerra de bastidores” tem causado vítimas, principalmente para um dos lados, que não aceita dividir a liderança do império das drogas na Levada, que também é mantido por um prospero comércio de fachada que reúne venda de água mineral, gás de cozinha e até um serviço de mototaxi.

 

Primeira baixa

 

Noite do dia 27 de outubro de 2011. Cinco homens armados de pistola pararam um carro na Rua 15 de Março, na Levada, invadiram uma das casas e executaram a proprietária, Silvânia Mendes da Graça, 43.

 

"Madona", como a vítima era conhecida, era mulher do traficante Osvaldo Correia dos Santos, o “Coroa” ou ‘”Barão do Crack”, preso pela Polícia Federal (PF). Ela havia assumido o lugar do marido no comando do tráfico.

 

Considerada uma pessoa fria e que não perdoava os devedores e principalmente seus inimigos, “Madona” adquiriu fama através de seus parentes, José Oliveira, o “Zé Moreno”, pai de Adriano dos Santos Oliveira, o “Caetano” e Aldreis dos Santos Oliveira, o “Moreninho”, traficantes que impuseram medo na região da Levada durante vários anos matando desafetos e até um policial militar.

 

Mas “Madona” e a família “Santos Oliveira”, que eram apoiados pelo traficante James Eduardo de Souza, o "Paulista” ou “Alemão”, da mesma quadrilha que matou em julho do ano passado a auxiliar de caixa Nadian Alves de Freitas, da Farmácia Pague Menos, crime registrado no bairro do Farol, sofriam a ameaça de seus negócios trocassem de comando e passassem para o traficante José Marcelo Matias dos Santos, o “Marcelo Gordo” ou “Marcelo Branco”, que não escondia seu desejo de matar o filho de “Madona”, Diego Mendes da Graça Félix, que durante o tempo que a mão esteve presa, se manteve a frente dos “negócios”.

 

Marcelo, que morreu durante uma troca de tiros com policiais militares no bairro do Ouro Preto, em Maceió, era o braço direito do traficante Carlos Fernando Leitão Lins Júnior, o "Júnior Oião", apontado pela Polícia como o líder do tráfico nos bairros do Tabuleiro do Martins, Vergel do Lago, Levada e Trapiche da Barra. Outro integrante da mesma quadrilha é Fernando Antônio Rosa, o “Fernando Vovô”, que se associou a “Junior Oião” para comandarem o tráfico na Levada, parte do Vergel do Lago, Beira da Lagoa e Vila Brejal.

 

Nova baixa

 

Mas os “empreendimentos ilícitos” da família “Santos Oliveira”, apesar de ameaçados por outros traficantes que querem dominar a região, ainda são mantidos numa “linha dura” e quem se opor paga com a vida. Eles são suspeitos de terem sentenciado a morte do adolescente A.E.S.G, 16, o “Toquinha”, morto a tiros na noite do último dia 26 de janeiro, no bairro da Levada. A vítima, que era usuária, só comprava drogas a quadrilha “Santos Oliveira”, mas não tinha pago a última compra de entorpecente e vivia se esquivando das cobranças, sendo sentenciado a morte.

 

A super quadrilha

 

Mas a formação de uma nova quadrilha de traficantes tem assustados a quem sobrevive de crimes da área Sul de Maceió. O grupo foi organizado pelo traficante Ivanildo Nascimento da Silva, o “Aranha”, que mesmo preso no Sistema Prisional, mantém sua organização criminosa na ativa.

 

“Aranha”, segundo informações chegadas ao Serviço de Inteligência da Polícia, montou um “braço armado” do tráfico, formado por bandidos remanescentes de outros grupos envolvidos principalmente com tráfico e assaltos a mão armada e que agiam em diferentes bairros da periferia de Maceió.

 

Uma das principais integrantes da quadrilha é uma mulher loira, que segundo informações chegadas a Polícia, é violenta e destemida e se esconde por trás de um belo corpo e um sorriso meigo. A loira, que não larga uma pistola em uma das mãos, sempre é vista na companhia de cinco homens, também bem armados, geralmente em caminhonetas, transitando pelas ruas de bairros da Região Sul.

 

Medo da delação

 

Sabendo que a Polícia já possui essas informações “Aranha” ordenou a seu bando maior cautela e recolheu o “braço armado”, que recebeu ordens de evitar a exposição. O que surpreende na formação do grupo é a ordem e a obediência ao chefe. Uma das determinações é que em caso de serem flagrados pela Polícia, ninguém deve se entregar e caso sejam apanhados, devem ir ao estremo e se matar. Sob nenhuma das hipóteses o chefe do tráfico aceita que seus homens sejam presos. O temor é que durante o depoimento alguém fale onde moram cada um dos envolvidos e os planos do tráfico, o que pode acabar com toda a organização criminosa.

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antonio c. melo