O ex-tenente-coronel Manoel Francisco Cavalcante, chefe da extinta Gangue Fardada, deve sair da prisão depois das festividades momescas deste ano.
É que ele teve benefício de sua progressão de pena concedida na manhã desta quarta-feira (15) pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL). No entendimento, Cavalcante já teria cumprido 1/6 de seu regime fechado.
Ele, que comandou uma das corporações criminosas mais temidas de Alagoas, está preso desde 1998 e chegou a ser solto no ano passado. Mas voltou para trás das grades, porque tinha envolvimento na morte do caseiro Cristóvão Luis Santos, o ‘Tó’.
Como foi agora cumprida, segundo sua assessoria jurídica, o advogado João Carlos Uchôa, ele deve sair da cadeia logo depois do Carnaval. O fato também foi corroborado pelo desembargador José Carlos Malta que autorizou a progressão do regime de ‘fechado’ para ‘semi-aberto’.
O detalhe é que em Alagoas não há histórico de regimes deste modelo, nem como implantá-lo ainda.
Então, ao invés de ficar no semi-aberto, o ex-tenente-coronel vai ganhar a liberdade, porém, com várias condições e exigências judiciais, sendo possível até que ele use tornozeleiras eletrônicas, além não poder sair à noite para canto algum e comparecer pelo menos uma vez por mês na 16ª Vara Criminal da Capital, no Fórum Estadual Desembargador Jairon Maia Fernandes, no bairro do Barro Duro.
Caso Gonçalves
Cavalcante ainda sustenta sua afirmação: quem teriam mandado matar o ex-cabo da Polícia Militar (PM) José Gonçalves da Silva Filho, o ‘cabo Gonçalves’ seriam os deputados estaduais João Beltrão (PRTB), Antonio Albuquerque (PTdoB) e o ex-deputado federal Fracisco Tenório (PMN).
O cabo Gonçalves foi expulso da polícia assim que se soube que ele tinha envolvimento com crimes de mando, encomendados por ‘gente grande’ e executado pela Gangue Fardada nas décadas de 1980 e 1990.
Gonçalves foi executado sumariamente em 1996, no posto Jacutinga, às margens da Avenida Menino Marcelo, também conhecida como Via Expressa, na Serraria, em Maceió. Antes de morrer, o ex-PM teria entregado todo o esquema.
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breno airan