A Ilusão do Quase

Muitas barreiras de natureza externa, de natureza interna, ou ambas ao mesmo

tempo, dificultam as nossas vidas. Causam-nos enormes frustrações e pode nos levar a pensamentos de incapacidade por não conseguimos ultrapassá-las.

 Às vezes chegamos muito perto de conseguir, mas chegar perto, não é o mesmo que conseguir.

Então, quando não conseguimos, ao invés de procuramos respostas para aquilo que não deu certo, para aquilo que nos impediu de chegar lá, e crescer com essa experiência; simplesmente, optamos pelo meio mais prático e cômodo para suavizar esse fracasso temporário ou permanente. É neste exato momento, que entra em cena, o famoso e ilusório mecanismo de defesa, conhecido como “QUASE”.

Quem nunca ouviu alguém dizer: Quase cheguei lá, quase consegui, quase passei etc. “Quase chegar lá” é igual a “não chegar”, “quase conseguir” é igualzinho a “não conseguir” e “quase passar” é exatamente igual a “não passar”. Portanto, podemos perceber que a diferença está apenas no efeito psicológico de alivio e conformismo que o “QUASE” provoca na gente.

Tanto o QUASE, quanto o NÂO, são advérbios. O QUASE, é um advérbio de

aproximação e o NÃO, um advérbio de negação, que também quer dizer sentido contrário. Portanto, mesmo sendo literalmente diferentes no sentido da palavra, ambos são exatamente iguais em suas ações. Por isso, eu pergunto: Qual a diferença entre “quase” conseguir e “não” conseguir? Nenhuma, porque tanto no “QUASE” quanto no “NÃO”, o sucesso não foi alcançado.

Na realidade, “O QUASE” é tudo aquilo que poderia ter sido e não foi. É tudo aquilo que poderia ter acontecido e não aconteceu. É a expressão usada para suavizar a frustração, aliviar a ansiedade, o sentimento de culpa, e tentar dar uma explicação ilusória para o insucesso e o conformismo.

Dr. Jacinto Martins de Almeida

Psicólogo/Psicanalista/Hipnólogo/Acupunturista

ESPECIALISTA NO TRATAMENTO DE MEDOS E DORES