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13/01/2012 08:01:32

Com futuro incerto, fim da AAP em União será o sepultamento de parte do patrimônio histórico

Com futuro incerto, fim da AAP em União será o sepultamento de parte do patrimônio histórico
Instalões atuais da Associação Atlética Palmarina

Com a desocupação do local das pretensas instalações da Associação Atlética pelas famílias atingidas pela enchente de junho de 2010 para as novas residências no Conjunto Residencial Newton Pereira Gonçalves, retorna ao estado de inutilidade o terreno pertencente ao patrimonio do clube localizado no prolongamento da Rua Juvenal Mendonça na periferia da cidade cujo atual Presidente de direito é o empresário Lucilio Vasconcelos.

Para a construção da nova sede que mede 1,3 hectares estaria previsto um acordo com a Prefeitura Municipal que ficaria encarregada de criar um clube municipal que associaria inicialmente os funcionários do município e em seguida a sociedade local que é a verdadeira dona do hoje milionário patrimônio.

Para o presidente da instituição Lucilio Vasconcelos ‘como responsável pela Palmarina acho viável a transição jurídica do domínio da AAP se o prefeito atual Dr. Areski Freitas assinar um compromisso em construir neste seu ultimo ano de mandato a estrutura do clube e que este seja dotado de uma piscina que seria para uso de toda comunidade já que esta é a finalidade da Associação Atlética Palmarina’ disse o presidente à Tribuna de União em seu restaurante na Fazenda Pindoba.

Como tudo Começou

Foi construído no final do século XIX por Basiliano Sarmento para recepcionar o Conde d'Eu que esteve em União dos Palmares no inicio da atual Avenida Monsenhor Clóvis Duarte onde hoje se localizam uma loja de móveis, outra de sapatos, butiques e um foto, o Clube Fênix Palmarina, que logo foi transformado em clube onde todos os eventos sociais da região se realizavam, cujo prédio no final da décade de 50 foi adquirido pelo empresário Armando Assunção que o transformou em cinema.

Há opiniões divergentes sobre o que aconteceu na realidade com o destino do primeiro clube social de União dos Palmares. Algumas pessoas dizem que a “Fênix” foi vendida pela família Cardoso em função da construção da Associação Atlética Palmarina, outros afirmam que a desativação foi uma briga política (já aquela época?).

A verdade é que no final da década de 60, o ‘cinema do seu Armando’ já em sociedade com o ex-prefeito Antenor Uchôa se mudou para o requintado prédio (para a época) do novo Cinema Imperatriz onde hoje funcionam lojas de departamentos e um supermercado. Aos poucos o prédio da Fênix foi sendo adquirido por terceiros e terminou no que é hoje.

O que é a Associação Atlética Palmarina

Construído pelo povo de União dos Palmares que o denominou de Associação Atlética Palmarina na década de 30, o clube foi palco de todos os eventos sociais que se testemunharam a história da sociedade de União dos Palmares como bailes memoráveis, casamentos, aniversários, solenidades, e até servia a Justiça Eleitoral para a apuração das urnas quando esta era de metal ou de lona. Serviu também para congressos, conferências, exibições artísticas e teatrais, além encontros e reuniões de entidades.

O clube, apesar da chegada à União da AABB (entidade privada pertencente aos funcionários do Banco do Brasil), continuou sendo o ponto de encontro maior da sociedade, e tinha a cada período estabelecido no seu estatuto a eleição da diretoria cujos votantes eram os próprios sócios até em sua ultima  administração dispensou uma funcionária sem ter cumprido as obrigações previdenciárias no valor aproximado de cinco mil reais e esta recorreu à Justiça que determinou a hipoteca e conseqüente leilão para garantir o pagamento da divida.

Mesmo com o conhecimento da sociedade, da indústria e do comércio do município, a Associação Atlética Palmarina localizada na Avenida Monsenhor Clovis Duarte (área nobre da cidade) atravessou a difícil fase sem ser socorrida por ninguém, tendo sido arrematada por um empresário local que após reformá-la, esperou por quase dois anos uma reação dos sócios ou da Prefeitura para reaver o imóvel, e como não houve nenhuma manifestação a arrendou para uma instituição religiosa.

Com o dinheiro da venda do imóvel já descontada a pendência jurídica, foi adquirido um terreno e cercado. Como não existiu interesse de ninguém em retomar as atividades sociais mesmo porque depende do emprego de muita verba, um compromisso foi firmado verbalmente entre o diretor e a Prefeitura Municipal, e segundo Lucilio Vasconcelos, apesar do entusiasmo do gstor municipal, nenhum documento com o comprometimento de soerguer o clube foi formalizado.

Paralelamente a estes fatos, especuladores travam uma verdadeira luta pela posse do terreno, que se localiza próximo a dois empreendimentos imobiliários e poderia se tornar o terceiro e render boas divisas. O final das atividades da Associação Atlética Palmarina significa mais um marco histórico de União dos Palmares que estaria sendo sepultado.

Paralelo a agonia por que passa a sobrevivência de um dos clubes mais tradicionais e antigos do interior alagoano, um empresário local constrói em ritmo avançado uma moderna a ampla casa de shows.

antonio aragão //


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