O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Alagoas, Pedro Robério Nogueira considera uma vitória dos empresários e do governo brasileiro a abertura do mercado americano para o etanol nacional. Em entrevista coletiva, nesta quarta-feira (04) na sede da entidade, em Jaraguá, ele disse que era um desejo antigo do setor e que agora se torna realidade.
Para Alagoas, o novo mercado representa a retomada do aumento da produção de etanol. Hoje o Estado produz 2 milhões e 700 mil toneladas de açúcar, sendo que 2 milhões para exportação e o restante para o mercado interno e 710 mil litros de etanol direcionado somente ao consumo local.
Nogueira explicou que a produção de etanol é reprimida em Alagoas pela falta de incentivo fiscal por parte do governo estadual. “Temos condições de abastecer o Nordeste, mas não competimos com outros Estados porque eles possuem incentivos que aqui não se pratica. Ao contrário, temos uma taxa de ICMS de 26%, e isso nos torna o Estado de maior tributação do país”, afirmou
Há cerca de 10 anos, Alagoas era considerada primeiro colocado da região Nordeste no ranking de produção e abastecimento de açúcar e etanol. Hoje continua firme no que diz respeito ao açúcar mas no etanol passou para a quinta posição. “ Por ser um Estado pequeno, Alagoas consome apenas 7% do que produz em açúcar e etanol. O Açúcar conseguimos exportar e o etanol diminuímos a produção e transformamos em açúcar, mas se tivermos incentivo podemos aumentá-la e abastecer não só o mercado americano mas competir com o mercado nordestino”, frisou.
A abertura do mercado americano para o etanol brasileiro, desde o dia 1 de janeiro, se deu porque o governo dos EUA não renovou as medidas de barreiras, como incentivo aos produtores locais e impostos de importação para o setor. Mas além da campanha feita há mais de três pelo governo do Brasil e empresários para conseguir entrar com o etano na América, a posição também se deu por causa crise econômica pela qual os EUA passam. “Eles não abriram o mercado assim de graça. Foram pressionados por uma dívida fiscal muito grande. Só de subsídios eram gastos 6 bilhões de dólares nesse setor de combustível e aí decidiram economizar em todos os setores”, ressaltou Nogueira.
Apesar disso, o presidente do Sindicato é otimista quando se refere a consolidação desse abastecimento ao mercado externo. Ele esclareceu que é um processo que vai demandar cerca de 3 a 4 anos, mas que há chances de ampliação. “Vamos entrar num país que detém a maior frota de carro do mundo e com capacidade de consumo muito grande, portanto a expectativa é a melhor possível. Com a entrada no mercado americano, poderão se abrir os mercados da Europa e do Japão”, concluiu.
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