Setenta e seis famílias que residem no distrito de Rocha Cavalcanti (12 km. de União dos Palmares) que perderam suas casas na cheia de junho de 2010 parece haver sido esquecidas pelo Programa de Reconstrução do governo estadual e permanecem morando em barracas em ambiente insalubre, convivendo com esgoto a céu aberto, sem instalações sanitárias – e o pior – uma das empresas encarregadas da construção das casas prometidas deu férias coletivas as funcionários até o dia 02 de janeiro, estando, portanto, as obras de construção do Conjunto Residencial Prefeito José Pedrosa paradas.
O fato é comentado pelo vereador (líder do prefeito Areski Freitas na câmara de União dos Palmares) Benedito José dos Santos conhecido como ‘Biu Crente’ que reside no distrito, que em tom melancólico comenta: “além das casas com a construção parada, estas pessoas (os desabrigados) não estão recebendo sequer alimentação, pois segundo a Secretaria de Ação Social do Estado, elas não são sequer cadastradas como desabrigados pela secretaria. Depois de muita luta é que foram cedidas as barracas para aloja-los o que consideramos uma atitude desumana, cuja burocracia tornou a vida estas desditosas 76 famílias em estado de miséria”.
Continua o vereador 'Biu Crente': Procuramos o encarregado da firma construtora e fomos informados que a dificuldade da conclusão das 76 casas se deve a péssima localização do terreno, mas para nós esta colocação é estranha, pois eu e o Prefeito Areski Freitas nos deslocamos até o Recife em busca da liberação do terreno situado na Fazenda Aliança que pertence a Usina Serra Grande e esta cedeu para a construção das casas um local plano, de fácil acesso as maquinas e sem registro de locais molhados” concluiu o vereador.
Bastante tímidos, os moradores preferiram não falar sobre o assunto, porém quem se dirige a Rocha Cavalcanti pode observar o amontoado de pessoas – a maior parte trabalhadores rurais, idosos e enfermos - nas barracas quentes e impróprias para habitação humana, sobrevivendo graças à ajuda pessoal do vereador representante da localidade e de alguns voluntários do comercio local que preferiram omitir os nomes.
Os desabrigados estão divididos em dois alojamentos sendo um no acesso ao distrito (vizinho ao conjunto habilitacional Paulo VI) e outro na Rua Boa Vista na outra extremidade do logradouro margeando a linha ferrea. Nos dois casos a situação de sobrevivência são idênticas. Paralelo ao fato, sendo construídas em ‘passo de tartaruga’ nem 10% das obras foram concluídas. Se desconhece o real motivo desta situação vexatória que contradiz com o alarde feita pelo governo na imprensa quando publicou que "A Primeira Etapa da Entrega das Casas aos Desalojados foi Concluída".
A situação dos desalajados do distrito de Rocha Cavalcanti é real e atualizado.
antonio aragão //