Uma suposta troca de tiros entre policiais da Radiopatrulha e um grupo acusado de envolvimento com o tráfico de entorpecentes deixou um adolescente de 16 anos morto. O fato foi registrado por volta das 09h da manhã desta sexta-feira (04), na Rua Agnelo Barbosa, no bairro do Prado. A PM informou que o jovem que morreu seria um dos traficantes da região. A família nega, diz que vai processar a corporação e acusa a polícia de truculência.
De acordo com o Comando de Policiamento da Capital (CPC), na manhã de hoje, a PM recebeu as informações de que três homens estavam vendendo drogas numa residência localizada na Rua Agnelo Barbosa e, de imediato, enviou uma equipe do Serviço de Inteligência para verificar a situação. Em paralelo, uma viatura da Radiopatrulha também foi deslocada para o local para fazer o policiamento ostensivo.
Após supostamente ter comprovado a situação de tráfico, a equipe da RP teria se aproximado da suposta quadrilha e, ao tentar estacionar a viatura, fora surpreendida com vários tiros. A PM diz que reagiu porque foi ‘recebida a bala’ e um dos disparos matou o adolescente Adevarte Teles Gomes Alves Júnior, de 16 anos. Ele morrera minutos após chegar ao HGE após não ter resistido ao ferimento que atingiu o abdômen.
Allef Ramos Gomes, 18 anos, A.D.F., de 16, Diego Alves Tomé de Oliveira, de 19 anos e Kléber Antônio Lima Roque, de 18 - que tentou fugir a pé e com um revólver em punho, sendo, no entanto, capturado no outro quarteirão já desarmado -, foram detidos e levado à Central de Polícia, no Prado, onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante delito por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.
O CPC informou que conseguiu apreender seis munições cal. 38, sendo três deflagradas e trêsintactas; uma munição cal. 32 percutida e não deflagrada; um revólver de marca Rossi cal. 38 com numeração raspada, um aparelho celular marca Motorola, dois aparelhos celulares marca Nokia, um aparelho celular marca Móbile, dois relógios, um cachimbo artesanal, cinco bicicletas, um par de óculos Spy, uma quantia de R$16,80 em dinheiro, 50 pedras de crack e 80 bombinhas de maconha.
Família diz que PM foi ‘truculenta’
“Meu sobrinho tinha ido à casa do Kléber para contratá-lo para uma festa, o jovem é DJ e organiza eventos. Com ele chegou atrasado à escola e não pôde entrar, resolveu ir à Rua Agnelo Barbosa. Quando estava conversando com o dono da casa, foi surpreendido pelo PM’s. A polícia invadiu à residência com truculência, gritando e humilhando todo mundo”, denunciou Aparecido Merêncio, primo da vítima.
O assessor parlamentar alegou que testemunhas, que também estavam no interior do imóvel, confirmaram a suposta forma abusiva de abordagem da RP. “Uma garota, que se chama Carolina, falou que os policiais mandaram as meninas tirar a roupa e, em seguida, revistaram a todas, o que foi um constrangimento e abuso de autoridade. Temos testemunhas e vamos processar a Polícia Militar”, disse Aparecido.
A.D.F. será enterrado amanhã no cemitério de São José e a família promete uma mobilização para a próxima semana.
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janaina ribeiro