O delegado regional de Santana do Ipanema, Rodrigo Cavalcante, afirmou, nesta quinta-feira (3), que vai pedir ao Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ) autorização para investigar o prefeito Atevaldo Cabral, do município de Ouro Branco. Ele é acusado de ter oferecido R$ 300 a uma adolescente de 14 anos, para manter relações sexuais com ela. Um inquérito já foi instaurado para apurar a queixa feita pela menor.
Na quarta-feira (2), o delegado ouviu a adolescente, na presença de sua mãe e de conselheiros tutelares do município. A garota confirmou as acusações, de que o prefeito lhe oferecera dinheiro para fazer sexo e, posteriormente, R$ 800 para que a mesma ficasse calada após ter se negado à prática do ato.
Rodrigo Cavalcante contou que esteve no Bar do Adriano, em Olho D’Água das Flores, onde a tentativa de crime teria ocorrido e testemunhas disseram que viram o prefeito naquele local acariciando a adolescente, inclusive sentada em seu colo.
Ainda segundo o delegado, a denúncia é de que meninas eram induzidas e levadas ao prefeito por uma mulher de nome Josefa Francisca da Silva, conhecida por “Ia”, que seria presidente do assentamento Bem-Vindo, na zona rural de Ouro Branco.
O delegado explicou que já investiga a participação de Josefa no crime, e solicitará autorização ao TJ/AL para investigar o prefeito pelo fato deste ter foro privilegiado, conforme determina a lei.
A acusação de pedofilia foi confirmada pelos conselheiros tutelares da cidade, Adilma Gomes da Silva e José Wilker, que disseram que também estão apurando a denúncia.
Segundo as informações chegadas ao Tudo na Hora, Atevaldo Cabral não só mantém práticas sexuais regulares com adolescentes, como “compra” o silêncio da família pela quantia de R$ 10 mil, com intenção de evitar que os casos cheguem ao conhecimento da Justiça.
A denúncia chocou a secretária Executiva do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, Nelma Nunes, especialmente porque o município de Ouro Branco foi palco, no dia 20 de outubro, da Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente. “É uma denúncia chocante e que precisa ser apurada em profundidade”, afirmou.
Outro lado
Procurado pelo Tudo na Hora, o prefeito de Ouro Branco, Atevaldo Cabral, negou que tenha praticado o crime de pedofilia e afirmou desconhecer qualquer informação neste sentido. “Isso não procede. Essa informação não tem fundo de verdade e tenho toda a convicção do mundo que jamais me envolvi com qualquer criança e adolescente, pois isso não faz parte da minha índole”, salientou.
O chefe do Executivo municipal ainda informou que não foi procurado pelos conselheiros tutelares Adilma Gomes da Silva e José Wilker, que teriam tomado conhecimento da suposta denúncia de pedofilia. “Estou surpreso, porque não fui procurado por ninguém para falar sobre isso”, assegurou.
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ascom pc-al