Trinta e seis cidades de Alagoas estão na lista do Ministério da Saúde com alto risco de contaminação ou incidência por esquistossomose. É o maior número do Brasil, em uma lista de 131 municípios, para receberem socorro imediato. Nos próximos dias, o MS vai liberar quase dois milhões para as cidades brasileiras com maior risco da doença.
A maior incidência é registrada em Cajueiro: 30,88% da população.
Mas, a situação mais crítica do País é no município de Malacacheta, em Minas Gerais: mais da metade da população, segundo o Ministério da Saúde, tem a doença. São 54,83%.
É seguida de Santa Maria do Salto, em Minas (47,24%), Itapemirim, no Espírito Santo (38,80%) e Itajubá, na Bahia (36,55%).
Sergipe tem a segunda maior quantidade de cidades, no País, em risco da doença: 34. Minas tem 23, Bahia, 16, Pernambuco, 9, Maranhão, 4, Espírito Santo, 3, Rio Grande do Norte, 2, e Paraíba, 1.
Na 28ª edição do Congresso Brasileiro de Patologia, que aconteceu entre os dias 11 e 15 de outubro, em Alagoas, especialistas de todo o País alertaram para os riscos da esquitossomose- que atinge, em média, 8% da população no Estado. É o segundo lugar, no País, com maior incidência da doença.
O médico Henrique de Oliveira Costa apresentou, no Congresso, um estudo desenvolvido pelo Departamento de Patologia da Universidade Estadual de Ciências da Saúde (UNCISAL), junto com outros profissionais, entregue à Secretaria de Saúde do Município de Maceió.
A pesquisa ampla, aliada a uma proposta de trabalho para diagnóstico e tratamento, serviu para estruturar um novo programa de erradicação da doença. “Desde então diminuímos muito a ocorrência da esquistossomose em Alagoas, a ponto de termos atingido níveis aceitáveis pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e surgir como referência para outros países”, afirmou o patologista.
“Porém, o serviço foi descontinuado e hoje já se percebe um aumento significativo de novos casos e, em breve, estaremos encontrando, cada vez mais frequentemente, pacientes com as complicações tardias da doença", disse.
Segundo o MS, a esquistossomose mata mais que a dengue no Brasil. Em 1997 o Ministério da Saúde registrou 44.858 casos, enquanto no ano de 2010, a estimativa foi de 10.329 casos confirmados. Além da redução em mais de 50% das contaminações, existem estados em que a esquistossomose está praticamente erradicada.
A esquitossomose é a forma mais grave de parasitose- por organismo multicelular- chegando a morte. A doença é transmitida pela água, através do Schistosoma mansoni, em regiões sem saneamento básico ou abastecimento precário.
As outras cidades de Alagoas, na lista do ministério são: Pindoba (19,63%), Jundiá (19,66%) , Feliz Deserto (12,68%), Campestre (28,88%), Jacuípe (18,78%), Chã Preta (11%), Branquinha (16,67%), Santana do Mundaú (25,98%).
Paripueira (10,06%), Quebrangulo (12,14%), Novo Lino (18,07%), Flexeiras (21,10%), Barra de Santo Antônio (10,84%).
Ibateguara (14,26%), Messias (12,09%), Capela (24%), Piaçabuçu (19,59%), Lagoa da Canoa (10,64%).
Ta q u a r a n a (10%), Porto Real do Colégio (12,27%), Colônia Leopoldina (14,96%), Feira Grande (14,35%), Joaquim Gomes (13,94%).
São José da Laje (19,71%), Igreja Nova (16,44%), Vi ç o s a (10,06%), Murici (10,45%), São Sebastião (10,79%), São Luís do Quitunde (18,33%).
Girau do Ponciano (10,00%), Atalaia (20,30%), Marechal Deodoro (10%), Coruripe (10%), União dos Palmares (13,04%), Rio Largo (11,09%).
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odilon rios