15/11/2025 05:50:56

Acidente
15/11/2025 04:00:00

Gasto de R$ 345 mil para transferir ex-primeira-dama condenada do Peru ao Brasil é revelado

Valor foi desembolsado pelo governo brasileiro após condenação por lavagem de dinheiro em caso envolvendo Odebrecht e Venezuela

Gasto de R$ 345 mil para transferir ex-primeira-dama condenada do Peru ao Brasil é revelado

O governo do Brasil investiu aproximadamente R$ 345.013,56 na transferência da ex-primeira-dama peruana Nadine Heredia ao país. A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou o transporte aéreo no dia 16 de abril, após Heredia ser condenada por lavagem de dinheiro em um processo que relacionava a Odebrecht, a Venezuela e a construtora Novonor.

A informação foi fornecida pela FAB em resposta a uma solicitação do deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS). De acordo com os detalhes, o montante total inclui R$ 318.009,20 referentes aos custos logísticos, R$ 7.547,62 em diárias para a equipe de bordo e R$ 19.456,74 em taxas aeroportuárias, como handling.

Nadine Heredia, esposa do ex-presidente peruano Ollanta Humala, foi retirada do Peru pela força aérea brasileira após uma condenação que a considerou culpada por lavagem de dinheiro. Além do transporte, o governo brasileiro concedeu-lhe asilo diplomático.

Recentemente, ela solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão de qualquer procedimento de extradição contra ela. A operação aérea foi coordenada de forma a garantir a transferência, com a decolagem de Brasília às 22h45 do dia 15 de abril de 2025, passando por um pouso técnico em Cuiabá antes de seguir para o Aeroporto Internacional Jorge Chávez, em Lima.

A chegada em Lima ocorreu às 2h45, horário local, e o retorno ao Brasil foi iniciado às 4h20 na mesma manhã, com uma parada técnica em Cuiabá e aterrissagem na capital federal às 11h40.

Segundo a FAB, não houve uma estimativa anterior de custos para essa missão, que contou com uma aeronave da força aérea. Na época, a defesa do caso foi liderada pelo advogado Marco Aurélio de Carvalho, do grupo Prerrogativas, que alegou que o uso do avião da FAB estava respaldado por um tratado internacional assinado pelo Brasil com o Peru em 1954.

O deputado Van Hattem criticou a decisão, afirmando que o dinheiro público foi utilizado para um transporte de luxo de uma condenada por corrupção, e que essa operação foi ordenada pelo então presidente Lula.

Ele detalhou ainda que a aeronave decolou de Brasília na noite do dia 15, fez pouso técnico em Cuiabá, seguiu para Lima, e retornou ao Brasil na manhã do dia seguinte, após uma escala na cidade mato-grossense.

A resposta da FAB também destacou que o procedimento não envolveu uma previsão de custos antes da realização da missão, reforçando a transparência do processo.

A operação foi justificada pela defesa de Heredia como uma conformidade com acordos diplomáticos assinados há décadas, que, segundo ela, foram integralmente respeitados, sendo elogiada por alguns especialistas em diplomacia pela conduta considerada adequada ao tratado bilateral de 1954.