Controvérsia sobre a denominação oficial da Prefeitura de União dos Palmares

A questão envolvendo o nome oficial do edifício administrativo de União dos Palmares tem gerado discussões acaloradas.

Por meio da 2ª Seção do Ministério Público na cidade, foi sugerido à Câmara de Vereadores que não fosse alterado o nome do prédio para refletir o de Palácio Municipal Dr. Antonio Gomes de Barros. Tal recomendação, para nós, parece refletir três interpretações distintas: primeiramente, um desconhecimento da história local e de quem foi o estadista Antonio Gomes de Barros; em segundo lugar, uma falta de compreensão de que remover o nome de uma figura de destaque, que representou o setor público de forma significativa, é uma atitude equivocada, especialmente considerando que o autor da proposta foi um forasteiro que se intitula autoridade municipal, tratando a administração pública como se fosse propriedade de seus familiares; e, por fim, à importância de manter viva a memória de Zumbi, que é homenageado em todos os cantos do estado mas como  filho natural de Porto Calvo, lembrando-se que ele assassinou seu próprio tio em busca de poder, para liderar o Quilombo dos Palmares.

Em uma lembrança de tempos passados, recordo de uma reunião ocorrida ao final de uma jornada na antiga sede municipal, na Rua Rui Barbosa. Na ocasião, o prefeito Manoel Gomes de Barros convocou cicero Rubens de Holanda Cavalcanti, então secretário geral, Edval Lessa dos Santos, secretário de obras, Antonio Alencar Gonçalves, chefe de gabinete, Dalmi Gomes Crispim, assessora do prefeito, e Antonio Aragão, assessor de imprensa, para comunicar a abertura de uma licitação para a construção de um novo prédio da administração pública.

A obra seria e foi instalada no antigo ponto de cana-de-açúcar da RFFSA, defronte à antiga algodoeira Sanbra. O vencedor do certame foi anunciado como sendo 'Deda do Calçamento'. Na semana seguinte, as obras foram reiniciadas.

A inauguração daquele monumento, proporcional à importância do município, foi uma grande celebração. Com a presença do governador, deputados federais e estaduais, senadores, ex-governadores, e a cerimônia contou com uma festividade vibrante, que até hoje é lembrada como um momento de orgulho e ostentação para os moradores de União dos Palmares que a epoca era o terceiro municipio no ranking estadual em desenvolvimento.

Na sequência, os nomes que sucederam na administração municipal incluem o folclórico Biu da Barra, Rosiber Oliveira, Iran Menezes, Dr. José Pedrosa (com seu vice, Dr. Areski Freitas, indicado pelo empresário dr. João Lyra, que afirmou que não participaria da campanha se seu candidato não fosse o escolhido), além de dr. Beto Baia e um bacharel, ex-advogado da Usina Lajinha imposto como vice e que com a morte do titular assumiu a administração municipal cheio de vingança e rancor.

Como um filho da terra, ex-vereador e escrevente público por 42 anos em União dos Palmares e Rocha Cavalcante, que atualmente está aposentado, quero destacar que o monumento Serra da Barriga já representa simbolicamente a memória de Zumbi.

Na nossa opinião, as autoridades de União dos Palmares deveriam concentrar seus esforços em concursos públicos para preencher os cargos na prefeitura, evitando que o serviço público se torne uma fonte de empregos políticos temporários. Além disso, o incentivo à instalação de indústrias geradoras de empregos é fundamental, pois a economia local depende principalmente dos funcionários públicos, do setor informal e dos aposentados do INSS.

Para encerrar, vale mencionar uma lei municipal, de autoria do ex-vereador Bruno Praxedes — atualmente assessor especial do Ministro dos Transportes — que obrigava a pintura dos prédios públicos com as cores da bandeira municipal. Contudo, essa legislação nunca foi efetivamente cumprida. Em nosso entendimento isso se chama Improbidade Administrativa

Por último, uma investigação imparcial sobre o enriquecimento ilícito de algumas pessoas, que por exercerem cargos públicos, hoje ostentam patrimônios incompatíveis com seus rendimentos, também poderia ser relevante.

Antonio Aragão

Jornalista Filiado a FENAJ