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Acidente
15/11/2025 11:00:00

Governo planeja ampliar quadro de professores com criação de 8.600 novas posições

Lula destaca que investir na educação é mais econômico do que lidar com a criminalidade juvenil

Governo planeja ampliar quadro de professores com criação de 8.600 novas posições

Agência Brasil

Nesta sexta-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou duas propostas enviadas ao Congresso Nacional, ambas relacionadas ao setor de educação. Em um ato realizado em Brasília, Lula assinou os documentos que visam fortalecer o ensino público no país.

A primeira das iniciativas propõe uma alteração na lei orçamentária, permitindo a criação de um total de 8.6 mil novas vagas para profissionais do ensino superior e técnicos administrativos na área educacional. Essa medida elevaria o número de cargos de 21.204 para 29.804. Complementarmente, o segundo projeto estabelece um plano especial de cargos dentro do Ministério da Educação (MEC), que incluirá funções de nível superior, intermediário e auxiliar.

Durante uma cerimônia que homenageou 262 personalidades com a distinção da Ordem do Mérito Educativo, Lula afirmou que investir na formação dos jovens é uma estratégia mais econômica do que encarcerá-los por falta de oportunidades. Ele reforçou que a prioridade deve ser a educação, pois "é mais barato financiar a educação de uma criança do que manter um jovem na cadeia".

O líder máximo do país também comentou a resistência histórica de setores elitistas à democratização do acesso ao ensino, afirmando que durante décadas a elite brasileira tentou evitar que a população tivesse acesso à educação, considerando isso uma questão de vergonha. Ainda na mesma ocasião, Lula criticou o fato de o Brasil, mesmo com expressivos investimentos na área, possuir uma menor proporção de jovens universitários em comparação a países como Chile e Argentina.

Prometeu que, ainda neste mês, anunciará as inaugurações das universidades dedicadas aos esportes e às comunidades indígenas. A cerimônia de homenagem incluiu nomes destacados, como escritores, professores e autoridades públicas. Entre os homenageados, estão figuras reconhecidas na cultura e na política, incluindo os acadêmicos Ailton Krenak e Ana Maria Gonçalves, além dos autores Fernando Morais, Fabricio Carpinejar, Raduan Nassar e Cristine Takuá. Influenciadores digitais como Gilberto José Nogueira, o Gil do Vigor, e Felipe Neto também receberam a distinção.

Gil do Vigor destacou que a educação pública foi fundamental para sua evolução. Como beneficiário do Bolsa Família e do sistema de cotas, ele atribui seu sucesso à influência de sua mãe, que o incentivou a buscar uma transformação de vida por meio do estudo. Ele anunciou que, atualmente, conduz um projeto de aulas gratuito chamado Aulão do Vigor e que planeja realizar um pós-doutorado na Universidade de Chicago.

O ativista também ressaltou o impacto positivo das políticas de inclusão social, afirmando que "a educação salva vidas" e que seu exemplo é uma prova de que políticas de igualdade oferecem possibilidades de mudança. Além disso, foram entregues homenagens póstumas a familiares de personalidades como o ativista Antonio Bispo, conhecido como Nego Bispo; ao ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luis Carlos Cancellier; e à professora Elisabeth Tenreiro, vítima de um ataque a uma escola em 2023.

Camilo Santana, ministro da Educação, reforçou que a educação é o principal mecanismo de transformação social e destacou que a honraria faz parte das comemorações dos 95 anos do MEC. Segundo ele, a premiação reafirma o compromisso do governo com uma educação pública sólida e de qualidade, reconhecendo o papel fundamental de cada indicado para o desenvolvimento do Brasil.

A Ordem Nacional do Mérito Educativo, instituída em 1955 e regulamentada em julho de 2003, concede distinções a personalidades nacionais e internacionais que contribuíram de forma significativa para o aprimoramento do ensino brasileiro.

Os agraciados podem receber títulos como Grã-Cruz, Grande Oficial, Comendador, Oficial e Cavaleiro, sendo as nomeações feitas por decreto presidencial, sob proposta do ministro da Educação.