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Guerra
14/10/2025 14:00:00

Relatos de ex-prisioneiros palestinos revelam maus-tratos por parte de autoridades israelenses

Alguns libertados detalham agressões físicas e psicológicas ocorridas durante o cumprimento de suas penas

Relatos de ex-prisioneiros palestinos revelam maus-tratos por parte de autoridades israelenses

Após a libertação de vários detentos palestinos na última terça-feira, em decorrência do acordo de trégua na Faixa de Gaza, relatos indicam que muitos desses presos sofreram maus-tratos enquanto estavam sob custódia israelense.

Segundo informações fornecidas ao longo desta semana, ex-prisioneiros afirmaram que as condições enfrentadas nas penitenciárias israelenses eram extremamente degradantes. Ahmed Awad, que foi condenado a três penas de prisão perpétua por assassinato, descreveu sua experiência após ser libertado em Ramallah, na Cisjordânia ocupada.

Ele relatou que "é muito difícil de imaginar. Nenhuma pessoa racional consegue compreender o que ocorre dentro de uma prisão". Awad revelou que os agentes de segurança humilhavam os presos e os espancavam de forma sistemática, sem justificativa.

Outro detido, Faisal Mahmood Abdullah Al Khaleefi, de 45 anos, também compartilhou suas experiências com a CNN. Ele destacou que durante sua prisão, há 10 anos, os presos não tinham acesso a tratamentos médicos adequados, chegando ao ponto de não poderem sequer tomar analgésicos. "Quem nos atendia, inclusive os médicos, também nos agredia.

O primeiro a nos bater foi o próprio médico", relatou. Al Khaleefi, que foi condenado por crimes relacionados à segurança, porte ilegal de armas e outros delitos, descreveu que as regras de tratamento eram negligentes.

Ele também denunciou que os agentes o deixaram exposto ao sol por até 12 horas em áreas de cascalho. "De tempos em tempos, eles nos obrigavam a levantar, nos batiam ou nos jogavam junto aos colegas na cela", afirmou.

As organizações de direitos humanos, como a Comissão pelos Assuntos dos Prisioneiros Palestinos e a Sociedade Palestina de Presos, divulgaram que diversos detentos, especialmente os de Gaza, apresentaram sinais evidentes de tortura física e psicológica ao longo de todo o período de cárcere, incluindo momentos próximos à sua libertação.

A CNN solicitou declarações oficiais às forças de segurança israelenses para esclarecer as acusações feitas pelos ex-presos. A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (SVP) informou que alguns presos libertados em Ramallah foram agredidos por agentes israelenses antes do embarque de volta às suas localidades, sofrendo ferimentos como fraturas nas costelas e traumas oculares, conforme relato do porta-voz Hassan Silwadi.

O Serviço Prisional de Israel declarou que não tinha conhecimento de quaisquer maus-tratos ou incidentes semelhantes às alegações anteriores. Em nota, afirmou: "Até onde temos informações, nenhum episódio desse tipo foi identificado sob a responsabilidade do IPS". Apesar da negativa oficial, organizações de direitos humanos continuam alertando sobre abusos frequentes contra detentos palestinos em centros de detenção israelenses.

Uma investigação realizada pela CNN no ano passado revelou que ex-agentes de segurança israelenses, que trabalharam em instalações de prisão, relataram episódios de espancamentos e maus-tratos contra os presos sob sua responsabilidade.