Localizada no estado de Alagoas, União dos Palmares é uma cidade que integra a Região Imediata de mesmo nome e a Região Intermediária de Maceió. A cidade, situada ao norte da capital Maceió, encontra-se a aproximadamente 73 km de distância e faz fronteira com os municípios de Santana do Mundaú, São José da Laje, Ibateguara, Branquinha e Joaquim Gomes. Segundo dados do Censo de 2022 do IBGE, a população do município é de 59.280 habitantes, o que o posiciona como o sexto município mais populoso de Alagoas e o mais populoso de sua microrregião. Sua extensão territorial totaliza cerca de 420 km², com aproximadamente 26,2 km² considerados área urbana. Reconhecida como um polo da Zona da Mata alagoana, a cidade é banhada pelo rio Mundaú e recebe o título de “Terra da Liberdade”.
Um de seus principais patrimônios históricos é a Serra da Barriga, local onde se situava o Mocambo do Macaco, centro do emblemático Quilombo dos Palmares, que esteve ativo de 1590 a 1694 e representa um símbolo da resistência negra, além de ser berço de Zumbi dos Palmares. Além disso, é o município natal do renomado poeta Jorge de Lima, considerado o “príncipe dos poetas alagoanos”.
Na esfera geográfica e climática, o Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) aponta uma média de precipitação anual de 1.084,4 mm e uma temperatura média de 24,9 °C. As temperaturas máximas médias oscilam entre 26,9 °C e 33,1 °C, enquanto as mínimas variam de 17,8 °C a 21 °C ao longo do ano.
O relevo do município apresenta variações de altitudes entre 83 e 651 metros acima do nível do mar. No centro urbano, a altitude média é de 155 metros, enquanto a média geral de elevação é de 313 metros.
A economia local é predominantemente baseada no comércio, na prestação de serviços e na agricultura. A cidade destaca-se como uma das maiores produtoras de cana-de-açúcar de Alagoas e também figura entre os principais produtores de banana. Sua economia inclui fábricas de doces, indústrias de laticínios, cerâmicas artesanais, além de atividades de piscicultura, suinocultura e avicultura moderna. A pecuária possui papel relevante, e a feira livre, realizada quatro vezes por semana — sendo a de sábado a principal — movimenta boa parte da economia, com destaque na venda de roupas, calçados e móveis.
Entre os eventos tradicionais do município, destacam-se a Procissão do Mastro, que ocorre no terceiro domingo de janeiro, a festa da padroeira Santa Maria Madalena, de 23 de janeiro a 2 de fevereiro, a Festa do Milho (FEMIL) durante as festividades juninas e as comemorações do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, data que marca a morte de Zumbi dos Palmares.
Quanto à infraestrutura, União dos Palmares conta com seis hotéis, nove restaurantes, cinco agências bancárias, dois hospitais, três postos de saúde urbanos, além de três escolas particulares, 65 escolas municipais e cinco estaduais. O campus da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) oferece cursos de Geografia e Letras, com especializações em Inglês e Português. Na área de comunicação, há uma agência dos Correios e três rádios: AG FM, Quilombo FM e Zumbi FM. As vias de acesso principais são a BR-104 e a rodovia estadual AL-205.
O turismo na cidade é enriquecido pela Serra da Barriga, tombada pelo Iphan e reconhecida como Patrimônio Cultural do Mercosul, localizada a cerca de 6 km do centro. Lá, o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, inaugurado em 2007, retrata a história do maior quilombo das Américas, permitindo que os visitantes conheçam a luta dos africanos pela liberdade. Além disso, o município abriga o Memorial Jorge de Lima, instalado na residência do poeta, e a Casa de Maria Maria, antiga moradia da historiadora Maria Maria de Castro Sarmento, que preserva objetos típicos da cultura da Zona da Mata. A comunidade remanescente do quilombo do Muquém, localizada a 5 km do centro, também é uma atração, onde se mantém viva a produção artesanal tradicional.
Históricamente, União dos Palmares é uma das cidades mais antigas de Alagoas. Sua presença humana remonta ao final do século XVI, quando escravos fugitivos de Pernambuco e Alagoas estabeleceram-se na Serra da Barriga, fundando o Quilombo dos Palmares, uma primeira experiência de comunidade livre de africanos nas Américas, que perdurou de aproximadamente 1597 até 1695, com o falecimento de Zumbi. A extensão do quilombo atingia cerca de 200 km² entre os territórios de Pernambuco e Alagoas, tendo como sede o mocambo de Macaco.
No século XVIII, o português Domingos José de Pino recebeu uma sesmaria na região e construiu uma capela dedicada a Santa Maria Madalena, padroeira local. Posteriormente, a vila foi renomeada como Santa Maria Madalena. Em 1831, durante o Império, a área foi rebatizada de Vila Nova da Imperatriz em homenagem à imperatriz Amélia, esposa de Dom Pedro I, alcançando autonomia administrativa após desmembrar-se de Atalaia.
Em 1889, o povoado foi elevado à categoria de cidade, recebendo o nome de União, possivelmente em referência ao entroncamento ferroviário entre Alagoas e Pernambuco. A denominação definitiva, União dos Palmares, foi oficializada em 1944, por meio do Decreto-Lei nº 311/38, que buscou evitar nomes duplicados de municípios em todo o país.
Aos nossos leitores Neste primeiro dia de junho de 2025, celebramos com entusiasmo a atualização do site da Agência Tribuna de Notícias, marcan...Ver mais
Ver todos os posts