De acordo com o entendimento firmado para um cessar-fogo, o grupo Hamas dispõe de até a próxima segunda-feira, dia 13, para liberar os 48 civis israelenses que ainda mantêm em cativeiro na Faixa de Gaza.
O prazo também exige que Israel liberte 250 palestinos, incluindo alguns condenados à prisão perpétua por ataques letais. A liberação de prisioneiros começou neste sábado, 11, quando Israel iniciou o transporte de detentos palestinos para duas unidades prisionais distintas, como parte do acordo firmado.
A operação foi confirmada pelo serviço penitenciário do país. Durante toda a noite, milhares de agentes penitenciários e outros funcionários públicos trabalharam incessantemente para assegurar a implementação da decisão do governo, que prevê a liberação total dos reféns israelenses
. O pacto entrou em vigor às 12h no horário local, ou seja, às 6h de Brasília, e as forças do Exército israelense começaram a se reposicionar dentro de Gaza, alinhando suas posições às linhas estabelecidas no acordo, após a aprovação do gabinete do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu na madrugada.
Após o anúncio do cessar-fogo, uma multidão começou a marchar rumo ao norte, enquanto relatos indicaram intensos bombardeios em regiões específicas de Gaza. A aprovação pelo governo israelense do plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representa um avanço significativo na tentativa de acabar com o conflito que há dois anos provoca caos e instabilidade na região.
Na sequência, Israel planeja reaver todos os civis e militares mantidos como reféns na Faixa de Gaza. Segundo o Exército israelense, dos 48 capturados, 20 estão considerados vivos, uma prioridade máxima nas próximas etapas do acordo. O entendimento inicial entre Hamas e Israel contempla apenas alguns dos vinte pontos propostos pelo plano de Trump, deixando questões mais complexas para negociações futuras, incluindo a governança na Gaza e o desarmamento do Hamas. Um líder do grupo afirmou à AFP que o desarmamento está fora de discussão e não será negociado. Trump também revelou, durante uma reunião na quinta-feira, que o desarmamento será tratado na segunda fase do acordo, sem detalhar prazos específicos.
Ele acrescentou ainda que haverá retirada das forças israelenses na mesma etapa. A celebração pelo cessar-fogo ocorreu na noite de quarta-feira, 8, com israelenses e palestinos demonstrando alívio e esperança. Na Praça dos Sequestrados, em Tel-Aviv, manifestações de alegria, canto, dança e o hasteamento de bandeiras israelenses e americanas marcaram o momento. Einav Zangauker, mãe de um refém, expressou seu desejo: “Se há um sonho que tenho, é ver Matan dormir em sua própria cama novamente.”