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Economia
11/10/2025 22:00:00

Moeda Americana Sofre Alta Significativa em Meio a Incertidumbres Econômicas e Tensões Geopolíticas

Câmbio fecha acima de R$ 5,50 após preocupações fiscais internas e conflitos comerciais entre Estados Unidos e China

Moeda Americana Sofre Alta Significativa em Meio a Incertidumbres Econômicas e Tensões Geopolíticas

Na sexta-feira (10), o dólar atingiu um valor superior a R$ 5,50, marcando uma alta de 2,39% no mercado financeiro brasileiro, impulsionada pelas incertezas econômicas e por tensões entre os principais protagonistas globais.

A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 5,5038, o maior nível desde 5 de agosto, quando havia registrado R$ 5,5057. Apesar do aumento recente, o dólar acumulou uma queda de 10,93% ao longo do ano. O pregão também foi marcado por uma forte queda nos ativos nacionais, com o Ibovespa em baixa, enquanto o dólar e as taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) reagiram ao clima de instabilidade.

Este cenário de apreensão reflete o desconforto dos investidores diante da condução da política fiscal do governo Lula, especialmente após a rejeição, pelo Congresso, da Medida Provisória 1303, que tratava da tributação de aplicações financeiras.

Essa decisão foi vista como um revés na tentativa de equilibrar as contas públicas. Segundo informações do Ministério da Fazenda, a MP teria causado uma projeção de impacto fiscal de R$ 14,8 bilhões em 2025 e R$ 36,2 bilhões no ano seguinte, considerando aumentos de receita e cortes de despesas. Ainda assim, o debate sobre a política econômica se intensificou após uma reportagem de um jornal paulista indicar que o pacote de medidas para 2026 poderia alcançar R$ 100 bilhões, sem garantias de arrecadação, incluindo propostas como isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, distribuição gratuita de gás de cozinha e energia elétrica para algumas famílias, além do pagamento de bolsas estudantis — ações já anunciadas anteriormente.

Especialistas expressaram preocupação com o impacto dessas iniciativas nas contas públicas, especialmente em um período de eleições. A situação se agravou à tarde após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçando elevar tarifas sobre produtos chineses e cancelar uma reunião com o líder chinês Xi Jinping. Trump acusou Pequim de prejudicar a economia global após a China aumentar o controle sobre exportações de terras raras na quinta-feira (9).

Horas depois, Trump anunciou tarifas de 100% sobre as exportações chinesas para os EUA e novas restrições às exportações de softwares considerados críticos, reforçando o quadro de instabilidade que já afetava os mercados internacionais e, por consequência, o câmbio brasileiro.