Advogado condenado a mais de uma década por tentativa de homicídio contra parceira em Alagoas

Na última quinta-feira (9), o Tribunal de Justiça de Alagoas confirmou a sentença de um advogado acusado de tentar assassinar sua ex-companheira, resultando em uma condenação de 16 anos e 6 meses de prisão.

A acusação, representada pelo Ministério Público Estadual (MPAL), sustentou que o ataque, marcado por crueldade, configurou tentativa de feminicídio qualificado, conforme argumentado pela promotora Adilza Inácio de Freitas. Segundo denúncia formalizada pelo MPAL, fundamentada em investigação policial e depoimentos coletados durante o processo, o incidente ocorreu após uma discussão entre o casal, que havia acabado de sair de uma festa.

Dentro do veículo, o agressor iniciou uma sequência de agressões com golpes de faca e socos contra a vítima. Para escapar da violência, a mulher tentou fazer o carro capotar intencionalmente, uma estratégia desesperada enquanto ela dirigia. Após o acidente, o agressor, mesmo ao perceber que a companheira já apresentava ferimentos, tentou golpeá-la novamente, atingindo suas costas, pescoço e pernas, além de mordê-la nos braços.

Em uma tentativa de se proteger, ela foi ferida nas mãos. Apesar dos ferimentos, a vítima conseguiu escapar do automóvel, se refugiando em uma área de vegetação próxima, já escura por ser madrugada, permanecendo lá até conseguir auxílio.

Com a ajuda de um vigilante de uma empresa nas proximidades, ela foi levada a um hospital em Maceió, onde precisou passar por uma cirurgia. A ação penal revelou que ela sofria diversos tipos de agressões físicas e psicológicas há mais de 22 anos.

A promotora destacou a gravidade do episódio e a importância da condenação para reforçar o compromisso do Ministério Público no combate à violência de gênero. Ela afirmou: “Foi uma tentativa brutal, marcada por frieza e intenção clara de tirar a vida. A vítima resistiu com coragem. A punição demonstra a firmeza do sistema de justiça contra esses crimes.” O incidente ocorreu em 15 de setembro de 2021, na BR 101, no município de São Miguel dos Campos. O julgamento foi realizado em Maceió, após o pedido de desaforamento, aceito pelo Judiciário para garantir imparcialidade no processo.