Durante uma celebração tradicional no país, uma explosão causada por um parapente equipado com artefatos explosivos resultou na morte de quarenta indivíduos e deixou oitenta outros feridos em Mianmar.
A tragédia aconteceu na noite de segunda-feira, 6 de outubro, e foi atribuída às forças armadas locais, conforme informações da BBC News. Segundo relatos, o ataque aconteceu enquanto cerca de cem pessoas participavam de uma manifestação pacífica contra o regime militar vigente. Entre os feridos, há também crianças. Desde o início de 2021, a nação enfrenta uma guerra civil que já provocou milhares de mortos e milhões de deslocados.
Nos meses recentes, o Exército tem recuperado posições perdidas por meio de ofensivas que incluem bombardeios aéreos e ataques de alta intensidade, de acordo com investigações da BBC.
A região de Sagaing, palco do ataque, é um importante centro de resistência armada. Ali, grupos paramilitares conhecidos como Forças de Defesa do Povo (PDF) controlam partes do território e lutam contra os militares.
Um membro local da PDF afirmou à BBC que recebeu alertas sobre uma possível ofensiva aérea e tentou cancelar o evento antes da chegada das aeronaves improvisadas. Ele descreveu que a sequência de acontecimentos durou apenas sete minutos. Ferido na perna, ele relatou que muitas pessoas próximas ao local perderam a vida na explosão.
Residentes relataram que, durante o ataque, várias crianças foram completamente dilaceradas, obrigando os voluntários a recolherem fragmentos de corpos no dia seguinte.
Na terça-feira, 7 de outubro, a organização internacional de direitos humanos, Anistia Internacional, emitiu uma nota condenando o uso de parapentes com cargas explosivas contra civis, classificando a prática como uma tendência preocupante no conflito atual.