06/10/2025 16:57:38
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Campus da UFAL em Rio Largo celebra 50 anos de ensino, pesquisa e inovação

Campus da UFAL em Rio Largo celebra 50 anos de ensino, pesquisa e inovação

O Campus de Engenharias e Ciências Agrárias (Ceca) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) completa em 2025 cinquenta anos de fundação. Criado oficialmente em 21 de maio de 1975 pela Resolução nº 05/75 do Conselho Universitário, o antigo Centro de Ciências Agrárias teve origem na Escola Superior de Agronomia, localizada na Fazenda São Luiz, em Viçosa. Desde então, tornou-se referência em ensino, pesquisa e extensão nas áreas de ciências agrárias e engenharias, atualmente sediado em Rio Largo.

As comemorações pelos 50 anos serão marcadas por homenagens, palestras e momentos de confraternização entre professores, estudantes e servidores. O diretor Gaus Silvestre explicou que a programação inclui um café da manhã de boas-vindas e uma cerimônia no auditório, onde será relembrada a trajetória do Ceca desde Viçosa até Rio Largo, passando pelo Campus A.C. Simões. Um trio de forró formado por membros da própria comunidade acadêmica animará o evento.

Atualmente, o Ceca abriga cerca de 1,6 mil estudantes distribuídos em nove cursos de graduação, como Agronomia, Zootecnia, Agroecologia, Engenharia Florestal e Engenharia de Energia. O campus também se destaca na pós-graduação, com três programas stricto sensu, incluindo o mestrado e doutorado em Proteção de Plantas, criado em 2011, e o novo Programa em Energias Renováveis, que iniciou o processo seletivo em 2025.

Nos últimos anos, o campus ganhou destaque nacional pela coordenação do Programa Nacional de Residência Profissional Agrícola para engenheiros florestais, desenvolvido em parceria com o Ministério da Agricultura e empresas locais. Além disso, as residências em Zootecnia e áreas afins ampliam a integração entre universidade, setor produtivo e comunidades rurais.

A Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa) chegou ao Ceca em 1991, quando a Ufal aderiu ao Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar (PMGCA). Desde então, o campus tornou-se referência em pesquisas voltadas à cana, desenvolvendo variedades adaptadas às condições do Nordeste. A atuação da Ridesa proporciona um ambiente de forte integração entre ensino, pesquisa e extensão, com projetos de inovação tecnológica e sustentabilidade no setor sucroenergético. Ao longo das décadas, foram firmadas parcerias com usinas, cooperativas e órgãos de fomento, ampliando o impacto das pesquisas na economia regional e nacional.

As atividades da rede envolvem desde o melhoramento genético e manejo sustentável até a formação de profissionais qualificados, com oferta de estágios e capacitações. Essa trajetória consolidou o papel do Ceca como centro gerador de conhecimento aplicado e relevante para a principal cadeia produtiva do estado.

O Laboratório de Genética Molecular, com mais de duas décadas de atuação, é outro destaque do campus. Reconhecido pela excelência em pesquisa aplicada, o laboratório desenvolve estudos nas áreas de genética vegetal e animal e mantém parcerias com instituições de fomento como Fapeal e CNPq. Entre suas principais conquistas está o desenvolvimento de um teste molecular de DNA para detecção do Papilomavírus Humano (HPV), aprovado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS como alternativa ao Papanicolau. O laboratório também atua em pesquisas de melhoramento genético de culturas agrícolas e na criação de repelentes naturais, contribuindo para a saúde pública e o setor agropecuário.

O curso de Agroecologia, criado pela Resolução nº 38/2018 do Conselho Universitário e oferecido em parceria com o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), forma profissionais voltados à agricultura familiar com base em princípios sustentáveis. O curso, reconhecido pelo MEC com conceito 4, adota a pedagogia da alternância, combinando atividades acadêmicas e vivências nas comunidades. Entre os projetos de destaque está o Programa Global Doutores do Solo (PGDS), lançado em 2024 em parceria com a FAO e o Pronera, que selecionou agricultores e estudantes para promover o uso sustentável do solo e combater as mudanças climáticas, em alinhamento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

O Ceca também se sobressai em áreas como aquicultura e energias renováveis. O Laboratório de Aquicultura (Laqua) e o Núcleo de Piscicultura desenvolvem pesquisas sobre o impacto de pesticidas em tilápias e tratamento de efluentes, contribuindo para práticas mais sustentáveis. Na área energética, o mestrado em Energias Renováveis prepara profissionais para atuar em fontes como solar, biomassa e eólica. Projetos de instalação de sistemas fotovoltaicos e integração da energia solar à produção de cana-de-açúcar demonstram o compromisso do campus com inovação e sustentabilidade.

O reconhecimento institucional do Ceca foi reforçado em 5 de dezembro de 2024, quando o Conselho Universitário aprovou a Resolução nº 158/2024, que transformou oficialmente o Centro em Campus de Engenharias e Ciências Agrárias. Essa mudança ampliou sua autonomia acadêmica e administrativa, equiparando-o aos campi Arapiraca e Sertão.

Com meio século de história, o Ceca segue em expansão, fortalecendo linhas de pesquisa em energias renováveis, agroecologia e tecnologias voltadas ao agronegócio. Seu legado reafirma o compromisso da Universidade Federal de Alagoas com a formação de profissionais qualificados e o desenvolvimento sustentável de Alagoas e do país.



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