Na terça-feira (7), pelo menos cinco pessoas foram detidas em ações policiais no Equador, após uma suposta tentativa de homicídio contra o presidente Daniel Noboa, segundo informações fornecidas pela ministra de Energia do país, Inés Manzano. De acordo com ela, o mandatário passou por um episódio de hostilização em um comboio enquanto se deslocava rumo à província de Cañar, onde planejava anunciar uma série de projetos de infraestrutura. O veículo presidencial foi cercado por uma multidão de aproximadamente 500 pessoas, que lançaram pedras contra a comitiva. Posteriormente, testemunhas relataram que sinais de disparos de arma de fogo foram encontrados na carroceria do veículo, embora Noboa não tenha sofrido ferimentos no incidente. Autoridades locais confirmaram que os cinco indivíduos capturados enfrentarão acusações por terrorismo e tentativa de homicídio. Após o ataque, os agentes de segurança continuam as investigações, enquanto o governo garante que os responsáveis serão punidos de acordo com a lei. O episódio ocorreu durante um período de manifestações lideradas por comunidades indígenas, que contestam medidas governamentais relacionadas ao preço do diesel e ao imposto sobre valor agregado. Mesmo após o ocorrido, Noboa manteve sua agenda pública e, em uma ocasião com estudantes, declarou: "Não sigam os maus exemplos daqueles que tentaram nos impedir de estar aqui com vocês. Estes atos de violência não têm espaço em um novo Equador; a lei deve ser cumprida por todos." A CNN entrou em contato com o Departamento de Segurança Nacional do governo para esclarecer detalhes do ataque, incluindo a veracidade dos relatos de disparos, e aguarda retorno. O setor é formado pelos Ministérios do Interior e da Defesa, além da Polícia Nacional. A Presidência do Equador afirmou que o caso não ficará impune, destacando o compromisso de garantir a presença do presidente em todas as regiões do país, incluindo locais de necessidade de obras públicas e serviços.
A Confederação das Nacionalidades Indígenas (CONAIE) anunciou a continuidade de uma greve de 16 dias, com foco na província de Imbabura, reivindicando a revogação do decreto que elimina subsídios ao diesel e diminui o IVA de 15% para 12%, além de outras demandas.
Este não foi o primeiro ataque a uma caravana de Noboa. Em setembro, cerca de 350 pessoas participaram de um protesto que resultou na agressão a uma comitiva presidencial na província de Imbabura, conforme informações oficiais. Nas semanas recentes, manifestantes, principalmente integrantes de comunidades indígenas, bloquearam estradas e enfrentaram forças de segurança, incluindo uma ocorrência na semana passada que causou a morte de um civil e deixou múltiplos feridos.
Os opositores alegam que o governo tem reprimido violentamente a dissidência contra as novas políticas de combustíveis. No último fim de semana, o Executivo declarou estado de emergência em 10 províncias, citando "graves distúrbios internos".