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Acidente
03/10/2025 14:00:00

Investigações apontam movimentações suspeitas de R$ 1,2 bilhão envolvendo sindicato ligado a familiar do presidente Lula

Relatório do Coaf evidencia operações financeiras ilícitas realizadas ao longo de seis anos por entidades próximas ao irmão do chefe do Executivo

Investigações apontam movimentações suspeitas de R$ 1,2 bilhão envolvendo sindicato ligado a familiar do presidente Lula

Relatórios recentes indicam que o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), entidade associada ao irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido como Frei Chico, que ocupa o cargo de vice-presidente, movimentou aproximadamente R$ 1,2 bilhão entre janeiro de 2019 e junho de 2025. Os dados estão contidos em um documento elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Intitulado Relatório de Inteligência Financeira (RIF), o documento foi enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS e foi acessado pelo colunista. Do valor total, cerca de R$ 586 milhões representam créditos recebidos, enquanto aproximadamente R$ 613 milhões referem-se a saídas de recursos, ou seja, débitos efetuados pelo sindicato.

O relatório do Coaf evidencia uma preocupação concentrada nas operações financeiras de alta complexidade realizadas pelo Sindnapi. Nos últimos seis anos, a entidade realizou movimentos financeiros que totalizam R$ 6,5 milhões, incluindo saques e depósitos, operações consideradas de difícil rastreamento devido à origem oculta dos fundos e à identificação dos beneficiários finais.

Até o fechamento desta reportagem, não foi obtida resposta do Sindnapi sobre as informações reveladas.

Além disso, o documento aponta que empresas relacionadas a familiares de dirigentes do sindicato receberam uma soma superior a R$ 8,2 milhões durante o período de análise. Essas transferências envolveram empresas de parentes do atual presidente, Milton Baptista de Souza Filho, conhecido como Milton Cavalo, bem como do ex-presidente João Batista Inocentini, que faleceu em agosto de 2023. A coluna Andreza Matais, do portal Metrópoles, também destacou essas informações.

O relatório reforça as suspeitas de práticas irregulares e a utilização de laços familiares para movimentar grandes valores financeiros, levantando dúvidas sobre a transparência e a integridade das operações do sindicato, que está vinculado ao irmão do presidente Lula.