Um estudo de mestrado conduzido na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) revelou que quase 50% das praças e parques de Maceió estão contaminados por parasitas que podem comprometer a saúde de pessoas e animais.
A investigação analisou 55 locais públicos distribuídos pelos oito distritos sanitários da capital, detectando que 47,9% das amostras continham formas parasitárias de vermes ou protozoários.
Os pesquisadores observaram que a presença de contaminação ocorre em todas as regiões da cidade e que os níveis tendem a ser maiores durante o período chuvoso, que vai de abril a agosto, em comparação com os meses secos de setembro a março. Um dado alarmante foi a descoberta de fezes humanas e de animais em 96% das áreas avaliadas, o que aumenta o risco de transmissão de doenças.
Entre os parasitas identificados, estão vermes, protozoários e ancilostomídeos, como o Ancylostoma caninum, comum em cães, mas que pode provocar lesões na pele humanas, popularmente chamadas de "bicho-geográfico". Embora o estudo não tenha como objetivo gerar pânico, os especialistas ressaltam a urgência de ações de conscientização e cuidados com os espaços públicos.
As recomendações incluem práticas de higiene simples, como o uso de calçados, a lavagem adequada das mãos e a responsabilidade dos tutores de animais em coletar as fezes de seus pets.
Além disso, foram sugeridas campanhas educativas voltadas para a saúde coletiva e o meio ambiente, bem como a implementação de políticas públicas que garantam a limpeza e a manutenção contínua das áreas de lazer, incluindo a instalação de sanitários e o manejo adequado dos resíduos.
A pesquisa fundamenta-se na abordagem da Saúde Única, que reconhece a interdependência entre saúde humana, animal e ambiental, destacando que a preservação do ambiente urbano é fundamental para melhorar a qualidade de vida da população.