O governo do Panamá revelou na última terça-feira (30) que forças militares americanas desembarcarão em solo panamenho para participar de treinamentos colaborativos com as unidades de segurança locais. Segundo as autoridades de Panamá, aproximadamente cinquenta integrantes da Marinha dos Estados Unidos desembarcarão no país a bordo de uma aeronave Lockheed C-130 Hercules da Força Aérea dos EUA, para uma atividade de treinamento na floresta, programada para ocorrer entre 9 e 29 de outubro.
O objetivo central dessas ações, segundo o Ministério da Segurança Pública do Panamá, é aprimorar a cooperação operacional, ampliar as capacidades das forças de segurança locais e fortalecer a estabilidade na região, especialmente em um dos ambientes mais desafiadores do planeta, conforme comunicado oficial.
O anúncio ocorre em meio a um aumento de tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela, após ações do governo de Donald Trump que incluiram o envio de navios de guerra e um submarino nuclear ao sul do Caribe, além de uma recompensa de 50 milhões de dólares por Nicolás Maduro e acusações de liderar um cartel de drogas.
O governo americano justifica sua mobilização militar como uma estratégia para combater o narcotráfico dirigido às suas fronteiras, enquanto Maduro denuncia que as ações visam promover uma mudança de regime na Venezuela.
Na terça-feira, Trump afirmou que, após ataques a embarcações suspeitas de tráfico, as rotas marítimas para os EUA foram interrompidas, e que próximos passos incluirão a vigilância de cartéis operando por terra.
Historicamente, o Panamá foi uma rota migratória significativa para venezuelanos que tentam chegar aos Estados Unidos, mas sob a administração de José Raúl Mulino, esse fluxo foi drasticamente reduzido, com esforços para evitar que pessoas atravessem a floresta em busca de refúgio.
Além do treinamento na floresta, as forças de segurança panamenhas também receberão helicópteros Black Hawk para resposta rápida em situações emergenciais durante as operações.
As atividades serão conduzidas em parceria com instrutores do Exército dos EUA, reforçando a cooperação militar bilateral.
Este anúncio ocorre em um momento de alta tensão diplomática, após o governo de Mulino fortalecer a postura do Panamá frente às movimentações militares e políticas na Venezuela, que tiveram como resposta o envio de forças americanas ao Caribe.
O governo dos EUA justificou suas ações como parte do combate ao narcotráfico, mas o governo venezuelano acusa Washington de tentar promover uma mudança de regime.
Trump declarou que, após ações contra barcos de supostos traficantes venezuelanos, o tráfego marítimo foi controlado, e que a atenção agora se voltará para o monitoramento de cartéis que entram no território americano por terra.
No cenário migratório, o Panamá tem desempenhado papel importante ao impedir fluxos massivos de venezuelanos rumo aos EUA, tendo sua administração reduzido expressivamente o número de pessoas que atravessam a floresta em busca de asilo.
Em paralelo, a Argentina também anunciou a autorização para a entrada de tropas americanas no país, entre 20 de outubro e 15 de novembro, para participar de um exercício de treinamento conjunto denominado “Tridente”.
Este exercício será realizado em três bases navais — Mar del Plata e Puerto Belgrano, em Buenos Aires, além de Ushuaia, na ponta sul do continente.
Segundo informações do governo argentino, o treinamento terá foco tanto em operações de combate quanto em missões de assistência humanitária, buscando fortalecer as competências das forças armadas locais, otimizar recursos e consolidar alianças internacionais, fortalecendo assim a cooperação bilateral e regional.