O Tribunal de Justiça de Alagoas manteve a prisão de Janadaris Sfredo, condenada a 28 anos de reclusão por ter sido apontada como a mandante do assassinato do advogado Marcos André de Deus Félix, ocorrido em 2014, na Praia do Francês, em Marechal Deodoro. A decisão foi tomada pelo desembargador Tutmés Airan de Albuquerque Melo, que negou pedido de habeas corpus apresentado pela defesa da acusada.
O homicídio, motivado por uma disputa envolvendo um imóvel, mobilizou a comunidade local e a família da vítima, que aguardava há mais de 11 anos por uma decisão definitiva. No pedido, a defesa sustentou que Janadaris deveria responder em liberdade, lembrando que ela já havia ficado presa preventivamente entre 2014 e 2018 e permaneceu solta por mais de cinco anos sem descumprir medidas cautelares. Também destacou que ela é advogada e policial penal aposentada, o que exigiria condições diferenciadas de custódia, além de apresentar problemas de saúde, como um cisto renal em tratamento.
Em um primeiro momento, o desembargador chegou a suspender a ordem de prisão, mas reviu a decisão e indeferiu o habeas corpus. Segundo ele, a análise detalhada do caso e o julgamento em instância superior tornaram necessário o imediato cumprimento da pena. Assim, Janadaris permanece custodiada no Presídio Feminino Santa Luzia desde 14 de agosto de 2025, quando foi condenada pelo Tribunal do Júri, por quatro votos a três.
O caso remonta a março de 2014, quando Marcos André, de 40 anos, foi assassinado. A investigação apontou que Janadaris contratou Juarez Tenório da Silva Júnior, Álvaro Douglas dos Santos e Elivaldo Francisco da Silva para executar o crime. Seu marido, Sérgio Sfredo, chegou a ser indiciado, mas acabou solto por decisão do Supremo Tribunal Federal, que considerou ausência de provas.
As desavenças entre a vítima e a acusada começaram em 2010, após um processo de despejo da Pousada Lua Cheia. Marcos André atuava em defesa dos proprietários, enquanto Janadaris representava os inquilinos, que perderam a causa. Posteriormente, ela passou a administrar a Pousada Ecos do Mar e tornou-se vizinha do advogado. Relatos apontam que Marcos passou a sofrer provocações e perseguições, até ser morto em abril de 2014.