Em uma cerimônia especial promovida na Câmara dos Deputados para celebrar o Dia Internacional da Pessoa Idosa, parlamentares discutiram os progressos conquistados e os desafios que ainda persistem frente a esse grupo.
A ocasião trouxe à tona o Estatuto da Pessoa Idosa, implementado em 2003, que representa uma evolução na legislação de proteção à terceira idade. Durante o evento, o deputado Julio Cesar Ribeiro (Republicanos-DF) afirmou que o envelhecimento acelerado na população brasileira é uma conquista que deve ser celebrada, mas também demanda atenção redobrada.
Segundo ele, o Brasil possui atualmente cerca de 32 milhões de indivíduos com 60 anos ou mais, o que equivale a aproximadamente 14% de sua população total. Em menos de cinco anos, o país deve se consolidar como o quinto com maior quantidade de idosos no planeta.
Ribeiro salientou a contradição deste fenômeno: por um lado, o avanço na medicina, campanhas de imunização e melhorias sociais aumentam a expectativa de vida; por outro, surge o desafio de assegurar uma boa qualidade de vida, dignidade e respeito a essa faixa etária.
"É fundamental que sejam criadas políticas públicas sólidas e duradouras para que essa longevidade seja acompanhada de bem-estar," enfatizou. O deputado também recordou que o Dia Internacional do Idoso foi criado em 1990 pela Organização das Nações Unidas, comemorado em 1º de outubro, data que também é oficializada no Brasil como o Dia Nacional do Idoso, junto ao Estatuto.
Ele destacou o avanço do país na proteção às pessoas na terceira idade ao longo dos anos, embora tenha alertado que cerca de 30% dos idosos já tenham sido vítimas de algum tipo de violência, seja ela física, psicológica, financeira ou por negligência. "Muitos ainda enfrentam dificuldades no transporte, no acesso aos serviços de saúde, no mercado de trabalho e até na convivência com familiares e comunidades.
Como legisladores, nossa responsabilidade é transformar essas homenagens em ações concretas que melhorem a vida de milhões de brasileiros," comentou. O deputado Lincoln Portela (PL-MG) reforçou que a data simboliza a luta pelos direitos dos idosos e chamou a atenção para a necessidade de refletir sobre o envelhecimento no Brasil. Ele também solicitou a realização de uma homenagem oficial.
Portela trouxe dados internacionais de expectativa de vida, lembrando que, em 1950, a média era de 46 anos, enquanto em 2010 esse índice já atingia 68 anos. A previsão é que, até 2050, o número de idosos no mundo supere 1,5 bilhão de pessoas. A reportagem é de Maria Neves, com edição de Geórgia Moraes, autorizada a reprodução mediante citação da fonte 'Agência Câmara de Notícias'.