Laboratório cibernético ajuda na prevenção de crimes; conheça

O Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, foi criado com o objetivo de reforçar a segurança digital e ampliar a prevenção contra delitos cometidos no ambiente virtual.

Ligado à Diretoria de Operações Integradas e Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública, o Ciberlab atua em parceria com polícias estaduais, Polícia Federal, Ministério Público e instituições internacionais. Sua estrutura combina monitoramento de redes sociais, rastreamento avançado e inteligência de dados para identificar ameaças antes que ocorram.

Entre as frentes de atuação estão a produção de relatórios de inteligência que subsidiam ações preventivas das forças policiais. Até abril de 2023, foram emitidos 35 alertas sobre possíveis ataques a escolas em 15 estados. O laboratório também oferece capacitação para policiais e mantém acordos com plataformas digitais, como Kwai e Discord, fornecendo informações para identificação de usuários suspeitos.

A cooperação internacional é outro eixo central. Desde 2021, há articulação com a Embaixada dos Estados Unidos e com o Homeland Security Investigations em operações contra ameaças virtuais, sobretudo ataques a instituições de ensino.

Entre as operações coordenadas pelo Ciberlab estão a 404, voltada à pirataria digital e já em sua quinta edição; a Garmr, que combate violência virtual e maus-tratos a animais; e a Server Out, que em 2023 evitou atentados a escolas no Rio de Janeiro após a identificação de suspeitos no aplicativo Discord. Em abril deste ano, a Operação Garmr cumpriu mandados de busca e resultou em internações provisórias de adolescentes que exibiam automutilação, violência contra animais e discursos de ódio em transmissões ao vivo.

O laboratório também esteve envolvido na investigação que levou à prisão de um homem que ameaçou detonar uma bomba em um show da cantora Lady Gaga no Rio de Janeiro, em maio de 2025. O rastreamento digital permitiu identificar o autor e impedir o crime.

Outra área de atuação é o combate a fraudes financeiras realizadas por meio de engenharia social, praticadas por quadrilhas especializadas em golpes virtuais. Entre os desafios, estão a banalização da violência nas redes e a falta de registros formais por parte de vítimas.

Além do Ciberlab, novas iniciativas têm reforçado a estrutura nacional contra crimes cibernéticos. Em agosto, o governo instituiu a Estratégia Nacional de Cibersegurança, por meio do Decreto nº 12.574, e inaugurou em Brasília o Centro de Operações de Defesa Cibernética, com 194 estações de trabalho e um Data Center TIER II para ampliar a capacidade de resposta a ameaças digitais.

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