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O caso de Jéssica Avelino, jovem de 26 anos que ficou paraplégica após tentar drenar um furúnculo em casa, chamou atenção para os perigos de manipular essas lesões sem orientação médica. A infecção causada pela bactéria Staphylococcus aureus se espalhou pela corrente sanguínea da paciente e atingiu a medula espinhal, comprometendo os nervos da coluna.
Segundo o dermatologista e professor Ademar Schultz, do Centro Universitário de Brasília (CEUB), o furúnculo se forma quando a bactéria penetra na pele por cortes, arranhões ou folículos inflamados, provocando inflamação local, pus, vermelhidão, dor e calor na região afetada. Embora seja comum, a condição não deve ser subestimada.
Tratamentos leves podem incluir compressas mornas para favorecer a drenagem natural do pus. Nos casos mais graves, entretanto, é necessária a drenagem cirúrgica e o uso de antibióticos, sempre sob supervisão médica. Espremer a lesão por conta própria aumenta o risco de a bactéria entrar na corrente sanguínea, gerando complicações sérias, como bacteremia, que pode atingir órgãos ou estruturas delicadas como a medula espinhal.
A possibilidade de reversão de sequelas, como a paraplegia, depende do estágio em que a infecção é detectada. Quanto mais cedo for o tratamento, maiores as chances de recuperação; danos extensos podem ser permanentes.
O especialista reforça que qualquer sinal de infecção — dor intensa, aumento da lesão, febre ou localização em áreas sensíveis — exige atendimento médico imediato, evitando receitas caseiras que podem agravar o quadro.
