O governo libanês aprovou, nesta quinta-feira (7), uma proposta dos Estados Unidos que prevê o desarmamento gradual do grupo Hezbollah e a retirada das forças israelitas do sul do Líbano. A medida surge após meses de pressão interna e internacional, especialmente após o cessar-fogo mediado pelos EUA em novembro passado, que encerrou a última guerra com Israel.
O plano determina que, até o fim do ano, apenas as instituições do Estado possuam armas. Entre os objetivos estão:
Fim da presença armada de grupos não estatais em todo o território libanês;
Retirada israelita e fim dos ataques aéreos;
Libertação de prisioneiros libaneses em Israel;
Demarcação definitiva da fronteira entre os dois países.
Ministros xiitas ligados ao Hezbollah e ao partido aliado Amal abandonaram a sessão antes da votação, alegando que não participariam de decisão tão relevante sem consenso. O Hezbollah, por sua vez, rejeitou o plano e declarou que só discutirá desarmamento quando Israel se retirar das cinco colinas que ocupa e encerrar os bombardeios quase diários.
Enquanto o Conselho de Ministros se reunia, um ataque aéreo israelita próximo à fronteira com a Síria matou cinco pessoas e feriu outras dez, segundo o Ministério da Saúde do Líbano. Israel não comentou, mas acusa o Hezbollah de reconstruir seu arsenal.
A ONU informou ter encontrado recentemente uma ampla rede de túneis, bunkers e armamentos no sul do país. Já Washington afirma que pressionará por uma retirada total de Israel caso o exército libanês comprove capacidade de controlar todo o território.