A fibromialgia afeta milhões de pessoas no Brasil, mas a falta de dados oficiais dificulta a compreensão real da doença, especialmente em Alagoas. Estudos indicam que cerca de dois vírgula cinco por cento da população brasileira convive com essa condição, mas muitos casos não são diagnosticados devido à subnotificação e à complexidade dos sintomas, que podem ser confundidos com outras doenças.
A fibromialgia é caracterizada por dores crônicas generalizadas, sensibilidade ao toque, fadiga, distúrbios do sono, variações de humor e dificuldades cognitivas. Apesar de não ter cura, o tratamento envolve medicamentos, atividades físicas, terapia e suporte psicológico para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Em Alagoas, a Associação dos Fibromiálgicos de Alagoas busca ampliar o debate sobre inclusão, acesso a tratamentos e políticas públicas para os portadores da doença. A entidade, que atua há quase dez anos, precisa de apoio para conseguir uma sede própria e prestar atendimento adequado aos seus associados.
A dificuldade no diagnóstico também impacta a vida de muitas mulheres, como a servidora pública Karla Santos de Oliveira, que recebeu a confirmação da doença aos trinta e três anos. Ela destaca que a terapia, aliada ao acompanhamento médico, tem sido essencial para entender os gatilhos da doença e melhorar sua rotina.
A dona de casa Eluza Barbosa Custodio Ferreira, diagnosticada após uma série de exames, relata que enfrentou preconceito por parte de pessoas que não compreendem a fibromialgia. Ela reforça a importância do apoio familiar para lidar com as dores constantes e os desafios diários da doença.
As secretarias de saúde de Alagoas afirmam que trabalham para melhorar o atendimento aos pacientes, mas reconhecem que a fibromialgia ainda não é de notificação compulsória. A Secretaria Estadual de Saúde estima que existam pelo menos oitocentos pacientes cadastrados para receber a carteira de identificação da doença, mas acredita que o número real seja maior.
O tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde envolve uma abordagem multidisciplinar, com atendimentos nas unidades básicas de saúde e encaminhamentos para especialistas, como reumatologistas, neurologistas, psicólogos e fisioterapeutas.
A relações públicas Andryelle da Silva, diagnosticada recentemente, ressalta a importância do Fevereiro Roxo, campanha de conscientização sobre a fibromialgia. Ela enfatiza que a informação é fundamental para reduzir o preconceito e garantir melhores condições para os portadores da doença.
Casos como o de Maria Célia França da Silva, que descobriu a fibromialgia após anos de dores sem explicação, reforçam a necessidade de maior atenção à doença. Além dos desafios físicos, o impacto emocional e psicológico também exige suporte adequado para que os pacientes possam conviver com a condição de maneira digna e com qualidade de vida.