Uma investigação sobre o sistema financeiro clandestino operado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) revelou transações suspeitas envolvendo organizações terroristas. O relatório, que levou à prisão do chamado “banqueiro do crime”, aponta que fintechs eram utilizadas para lavar dinheiro e movimentar valores entre criminosos dentro e fora do Brasil.
A investigação teve início após a delação de Vinicius Gritzbach, assassinado em novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Ele revelou que um suspeito, sócio oculto de bancos digitais envolvidos no esquema, mantinha relações com outro financiador, ambos já mortos.
O Ministério Público destacou que um alerta emitido pelo Ministério da Defesa de Israel indicou possíveis ligações dessas fintechs com grupos terroristas por meio de operações com criptomoedas. A suspeita levou à expedição de 10 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao banqueiro do PCC e outros cinco investigados, incluindo funcionários das fintechs e um advogado.
A Justiça também determinou o bloqueio de contas bancárias, ativos financeiros e imóveis pertencentes aos alvos da operação. Segundo os promotores, há provas suficientes da prática de organização criminosa e lavagem de dinheiro, estimando que cerca de R$ 6 bilhões tenham sido movimentados ilegalmente em 16 países. O esquema contava com a participação de criminosos chineses, utilizando criptomoedas como principal meio para ocultação dos valores.