Um ataque brutal atribuído às Forças Democráticas Aliadas (ADF), facção terrorista afiliada ao Estado Islâmico (EI), deixou 70 cristãos mortos na República Democrática do Congo (RDC). O massacre ocorreu na vila de Mayba, na região de Lubero, localizada no leste do país, onde as vítimas foram capturadas e executadas dentro de uma igreja protestante.
A ligação das ADF com o Estado Islâmico foi tornada pública em 2018, quando o grupo extremista internacional reivindicou a facção como uma de suas afiliadas. Desde então, diversas ações violentas foram assumidas pela organização, incluindo ataques que resultaram em mais de 159 mortes entre 2020 e 2023, segundo o Departamento de Estado dos Estados Unidos.
O financiamento das ADF vem, em grande parte, do controle e exploração de minas na região, além do comércio ilegal de minerais. Desde 2017, o grupo também recebe suporte financeiro de células ligadas ao EI. Além disso, os militantes se armam com equipamentos roubados das forças militares da RDC.
No ataque mais recente, ocorrido na quinta-feira, dia 20, combatentes das ADF invadiram a vila de Mayba e ordenaram que 20 cristãos saíssem de suas casas. Em seguida, mais 50 moradores foram capturados enquanto a comunidade era cercada. As 70 vítimas foram levadas para uma igreja protestante, onde foram assassinadas uma a uma por decapitação.
A organização cristã Open Doors condenou o massacre e pediu ações urgentes de governos e organizações internacionais para proteger civis no leste da RDC, região que sofre há anos com a presença de grupos armados como as ADF. Segundo dados da Open Doors, a violência contra cristãos no país tem aumentado significativamente, com 355 mortes registradas apenas em 2023.
As ADF surgiram em 1995 em Uganda e se estabeleceram no leste da RDC no final da década de 1990, recebendo apoio do governo local naquela época. Após um período de menor atividade nos anos 2000, o grupo retomou seus ataques violentos em 2014, com massacres recorrentes na província de Kivu do Norte. Atualmente, o leste do Congo, uma região rica em recursos naturais, continua sendo um campo de batalha para diferentes facções armadas, com as ADF se destacando como uma das mais organizadas e brutais.