A Polícia investiga postagens em redes sociais atribuídas às duas maiores facções criminosas do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Segundo as informações divulgadas, a mensagem teria sido emitida pela chamada “Sintonia Final”, a cúpula das organizações, marcando a primeira menção pública a um possível pacto de paz entre os grupos de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Uma das mensagens investigadas teria sido enviada pelo Comando Vermelho no Amazonas e traz o seguinte recado: "Pedimos a todos que não venham agir contra o PCC até segunda ordem." Além disso, registros semelhantes foram encontrados no Mato Grosso, onde integrantes do CV reforçaram a orientação de evitar confrontos com o grupo rival.
A reciprocidade também foi observada. Em grupos de WhatsApp, uma publicação atribuída a lideranças do PCC instruía seus membros a não tomarem atitudes individuais contra o Comando Vermelho, afirmando que "está proibido qualquer tipo de morte em todos os estados."
Essas informações reforçam a análise do setor de inteligência do Ministério da Justiça, que monitora um possível cessar-fogo entre as facções.
O Brasil Urgente teve acesso a um relatório oficial indicando que presos da alta cúpula do PCC, detidos na Penitenciária Federal de Brasília, discutiram com advogados sobre interesses jurídicos comuns entre as duas facções.
O documento aponta que representantes do alto escalão dos grupos criminosos estariam organizando a unificação de suas equipes jurídicas para fortalecer suas demandas dentro do Sistema Penitenciário Federal.
No entanto, o Ministério da Justiça alerta que essa aliança pode representar riscos. Segundo o relatório, "não se deve descartar que a união dessas forças criminosas possa resultar, futuramente, em ações violentas contra agentes públicos e instituições do Estado brasileiro."
Recentemente, duas atitudes da facção carioca chamaram a atenção das autoridades. Emílio Carlos Castilho, conhecido como "Cigarreira", um dos principais fornecedores de drogas e armas para ambos os grupos, é acusado de ser o mandante da execução de Vinicius Gritzbach. Segundo a Polícia Civil de São Paulo, ele estaria escondido na comunidade Vila Cruzeiro, reduto do CV.
Outro nome envolvido é Kauê do Amaral, integrante do PCC e apontado como um dos principais olheiros do grupo. Informações sugerem que ele teria recebido apoio do Comando Vermelho, reforçando a hipótese de uma aproximação entre as facções.
Apesar da movimentação, até o momento, não há indícios de planos para atentados contra autoridades ou instituições públicas.