O corpo humano é formado por mais de 37 trilhões de células, que se renovam constantemente para garantir o funcionamento adequado dos órgãos e sistemas. Entretanto, o envelhecimento ou danos podem levar à perda dessas células em níveis que comprometem a saúde.
A regeneração de órgãos é um grande desafio científico, já que depende das células-tronco, que são limitadas e se dividem lentamente. No entanto, algumas partes do corpo possuem uma capacidade surpreendente de se regenerar, como as amígdalas. Em alguns casos, elas podem voltar a crescer mesmo após serem removidas, especialmente quando a cirurgia realizada é uma amigdalectomia parcial.
Outro órgão com notável capacidade regenerativa é o fígado. Mesmo com apenas 10% de sua estrutura restante, ele pode voltar ao tamanho original e funcionar plenamente, o que possibilita os transplantes parciais desse órgão.
O baço também pode se regenerar, muitas vezes sem que a pessoa perceba. Quando pequenos fragmentos do órgão se desprendem após um trauma, eles podem se reinstalar no abdômen e recuperar parte da função do baço original. Esse fenômeno, chamado esplenose, ocorre em até 66% dos pacientes que passam por remoção do órgão.
Os pulmões também apresentam regeneração. Em pessoas que param de fumar, células saudáveis sobreviventes ajudam a reparar os danos causados pelo tabagismo. Além disso, quando um pulmão é removido, o remanescente pode desenvolver novos alvéolos para compensar a perda.
A pele, maior órgão do corpo, se regenera constantemente, perdendo e renovando mais de 500 milhões de células por dia. O útero também passa por regeneração contínua, com o revestimento endometrial se renovando a cada ciclo menstrual.
Outros exemplos surpreendentes incluem a regeneração espontânea do canal deferente após uma vasectomia, o reparo ósseo após fraturas e o aumento da capacidade funcional dos rins quando um deles é removido.
Embora a regeneração completa de órgãos ainda seja um desafio, muitos tecidos humanos possuem mecanismos naturais de reparo que garantem o funcionamento do organismo e podem ser explorados para avanços na medicina.