O aumento dos preços dos alimentos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro foi aproximadamente o dobro do registrado nos dois primeiros anos da atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante o governo Bolsonaro, a inflação média anual dos alimentos foi de 8,24%, enquanto no início do governo Lula esse percentual caiu para 4,36%, uma redução de 47%, segundo levantamento do Brasil de Fato com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IBGE é responsável pela divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que mede a inflação oficial do país, incluindo a alta dos alimentos. Em 2024, os preços da comida subiram 7,69%, o que gerou críticas da oposição ao governo Lula. Parlamentares adversários chegaram a vestir bonés pedindo a volta da "comida barata" e defendendo a candidatura de Bolsonaro nas eleições de 2026, apesar de ele estar inelegível.
No entanto, durante o governo Bolsonaro, os alimentos tiveram aumentos ainda mais expressivos. Em 2020, no auge da pandemia, a alta foi de 14,09%, e em 2022, de 11,64%. No total, os preços da comida subiram mais de 40% nos quatro anos da gestão anterior. Já nos dois primeiros anos do atual governo, o aumento acumulado foi de 8,72%.
Lula, que em 2024 completou dez anos à frente da Presidência da República, somando os dois mandatos anteriores (2003-2010) e os dois primeiros anos da gestão atual, alcançou a menor inflação média de alimentos entre todos os presidentes desde 1995, após o Plano Real. Durante seus dez anos no cargo, a inflação média anual dos alimentos foi de 5,87%. Com Fernando Henrique Cardoso, esse índice foi de 6,71%; com Dilma Rousseff, 9,11%; e com Michel Temer, 6,25%.
A inflação geral do país também foi menor sob Lula em comparação com Bolsonaro. Nos dois primeiros anos do atual governo, o IPCA médio ficou em 4,72%. Considerando os dez anos sob Lula, a média foi de 5,57%, enquanto no governo Bolsonaro esse índice atingiu 6,17%. Michel Temer teve a menor inflação média desde o Plano Real, com 4,33%. Já Fernando Henrique Cardoso registrou 9,24%, e Dilma Rousseff, 7,06%.