Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre crianças e adolescentes de até 14 anos continuam elevados após a volta às aulas no Distrito Federal e em cinco estados: Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe.
A informação foi divulgada na última edição do Boletim Infogripe, publicada nesta quinta-feira (20) pela Fiocruz, no Rio de Janeiro. A SRAG é caracterizada pelo agravamento de síndromes gripais, comprometendo a função respiratória e, na maioria dos casos, exigindo hospitalização.
De acordo com a pesquisadora Tatiana Portella, o aumento das infecções está relacionado ao maior tempo que as crianças passam em ambientes fechados e em contato próximo, facilitando a disseminação dos vírus respiratórios. O boletim também alerta para o crescimento de infecções causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR) no Distrito Federal e em Goiás, elevando o número de casos de SRAG entre bebês de até dois anos.
O VSR costuma ser mais frequente no inverno, mas, somente neste ano, já foram registrados mais de 460 casos de SRAG ligados ao vírus em todo o país, resultando em 16 mortes.
Mesmo com o avanço de outros vírus respiratórios, a covid-19 continua sendo a principal causa de mortes por SRAG no Brasil. Em 2024, mais de mil óbitos foram registrados, e 81% das vítimas com diagnóstico confirmado de infecção viral testaram positivo para o coronavírus. A maioria dos casos fatais ocorreu entre idosos.
A pesquisa também aponta aumento de casos com características de covid-19 em quatro estados: Mato Grosso, Roraima, Sergipe e Tocantins. Em Tocantins, chama a atenção a alta incidência entre jovens e adultos.
Além disso, sete unidades da federação apresentam níveis de alerta ou risco de agravamento das tendências de curto e longo prazo, independentemente da causa da infecção respiratória: Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins.