Os Estados Unidos apresentaram uma Resolução na ONU para a guerra entre Rússia e Ucrânia, após recusarem apoio a um texto elaborado por Kiev e respaldado pela Europa. O conflito, iniciado em fevereiro de 2022, segue causando instabilidade.
Em comunicado divulgado na sexta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, descreveu a proposta como uma resolução simples e histórica, pedindo a adesão dos Estados-membros para traçar um caminho para a paz. O documento, ao qual a CNN teve acesso, não classifica a Rússia como agressora nem menciona a integridade territorial da Ucrânia.
Resolução reflete visão de Trump sobre papel da ONU
A proposta reflete a visão do presidente Donald Trump de que a ONU deve retornar ao seu propósito original, conforme estabelecido na Carta das Nações Unidas, mantendo a paz e a segurança internacional por meio da resolução pacífica de conflitos. Rubio afirmou que, embora desafios existam, a paz duradoura ainda é possível e que a ONU pode ajudar a alcançar esse objetivo.
O projeto norte-americano é curto e lamenta a trágica perda de vidas no conflito, além de apelar por um cessar-fogo imediato e uma paz duradoura. A proposta surge em um momento de crescente tensão entre Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, enquanto líderes europeus e ucranianos temem que seus interesses sejam deixados de lado em futuras negociações com Moscou.
EUA resistem a chamar Rússia de agressora
A resolução coincide com discussões diplomáticas no Grupo dos Sete, formado por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá. Durante as conversas, Washington resistiu a incluir uma referência à agressão russa na declaração conjunta do grupo.
Conflito se intensifica com ataques e uso de mísseis hipersônicos
A guerra começou em fevereiro de 2022, quando forças russas invadiram a Ucrânia por três frentes: pela fronteira com a Rússia, pela Crimeia e por Belarus, um aliado estratégico de Moscou. Nos primeiros dias, os russos conseguiram avanços significativos, mas os ucranianos mantiveram o controle de Kiev, apesar dos ataques. A invasão recebeu condenação internacional e resultou em sanções econômicas ao Kremlin.
Em outubro de 2024, após milhares de mortes, o conflito atingiu um ponto crítico, considerado pelos analistas o mais perigoso até então. A tensão aumentou quando Vladimir Putin ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário contra alvos na Ucrânia. O projétil, carregado com ogivas convencionais, tem capacidade para transportar material nuclear.
O ataque aconteceu após a Ucrânia lançar uma ofensiva dentro do território russo, utilizando armamentos fornecidos por potências ocidentais, como Estados Unidos, Reino Unido e França. Relatórios da inteligência ocidental indicam que a Rússia está empregando tropas da Coreia do Norte na guerra, embora Moscou e Pyongyang não confirmem nem neguem a informação.
Putin fala em avanços, Zelensky alerta para riscos
Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, afirmou que as forças russas estão avançando de forma mais eficaz e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, sem especificar detalhes. Zelensky acredita que o objetivo de Putin é consolidar o controle sobre a região de Donbass, que inclui Donetsk e Luhansk, além de expulsar as forças ucranianas das áreas que ocupam na Rússia desde agosto, especialmente em Kursk.