Tv Tribuna União

antonio aragão // fotos de cícero fotógrafo (colaborador)

Desde o inicio da manhã desta terça feira (23) a noticia veiculada pela imprensa alagoana de que o menor Sergio Souza dos Santos de 10 anos de idade estava sob a tutela do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Estado do Rio de Janeiro cuja instituição procurava seus familiares em Alagoas, levantou suspeitas junto ao Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de União dos Palmares, que em março de 2008 havia deflagrado uma campanha no sentido de localizar um garoto que ajudava o pai vendendo tapiocas na cidade, presumivelmente seqüestrado por um andarilho, cuja denuncia à época acionou as autoridades e a sociedade, mas até a manhã de hoje não havia surtido o devido efeito, visto que o paradeiro do menor era desconhecido embora o Delegado Cícero Lima tivesse realizado diligencias em várias cidades de Alagoas e até no estado de Pernambuco.

Um contato telefônico entre os conselhos RJ/União e uma rápida troca de informações foi o bastante para que o Delegado Regional Cícero Lima e o chefe de expediente da Delegacia Regional de União Ildefonso Nascimento efetuassem buscas em União e localizassem o pedreiro (que faz bicos) José Heleno Guedes da Silva e sua família que residem em uma pequena casa de vila na Rua Orlando Gomes de Barros, no Bairro Roberto Correia de Araújo, a menos de 100 metros de onde a criança foi seqüestrada.

A família de Sergio é composta de 10 pessoas, a partir da bisavó materna do menino com 97 anos de idade cujo nome é Helena, a mãe do garoto senhora Eliane dos Santos da Silva, e dos irmãos de Sergio que são Edilza 19 anos, Andriel 15, Daniela 11, João Heleno de 5, Maria Vitória de 3, John Lennon de 8 e finalmente Sergio que agora completa 10 anos.

Todos moram de favor em uma modesta casa conhecida como “Vila da Creche” com três cômodos, sendo duas salas (uma das quais adaptada para quarto), uma pequena sala de estar, sanitário e cozinha, mas apesar da pobreza reinante (somente o pai faz bico como pedreiro e quando não tem trabalho venda tapiocas nas ruas feitas por sua mulher dona Eliane, e a filha mais velha Edilza que faz faxina nas casas da vizinhança, porém, asseguram os pais, todos estudam), a noticia de hoje deixou um sorriso irradiante em todos da família.

O Delegado Cícero Lima e o chefe Ildefonso após conversar com os pais da criança concluiram que realmente se trata do menino raptado em 2008 por um andarilho identificado como Edmar, cujo nome verdadeiro é Luiz Henrique Maciel, preso por dirigir embriagado em companhia de duas crianças guiando um carro. Inicialmente Edmar disse se tratar de seus filhos, mas quando interrogado pelo Delegado da cidade de Goytacazes, seu depoimento se contradisseram ao dos dois garotos, um deles, Sergio.

Sergio inicialmente disse as assistentes sociais cariocas que Luiz Henrique seria seu pai e que não lembrava o nome da mãe. Depois, o menino confessou que o nome da mãe era Eliane Souza da Silva e seu pai era um homem identificado como Zé Lino e Silva. Contou que seus irmãos seriam “Andrei, Davi, Varisto e Vitória, além do nome da bisavó materna que seria “Mãe Carmem”, enquanto seu avô teria morrido de doença da cabeça”.

Afirmou ainda que tinha lembranças de onde vivia antes de ser seqüestrado, contando que morava em uma cidade depois de Maceió, que não tem praia, mas que teria um rio com pedras, e que morava perto do acampamento dos sem-terra, onde também tem uma “usina de cachaça” e que haveria saído em o seqüestrador de perto de uma praça onde tinha motoqueiros. Sobre seus pais, Sergio disse que nunca havia sido agredido, e que todos em casa ajudavam o pai a vender tapioca ma “Feira do Rato” e que também catavam latinhas e ferro-velho para vender em um deposito próximo de sua casa.

Ao termino do relato, o garoto detalhou que estava na praça quando Luiz Henrique disse ser conhecedor da pobreza da família e chamou-o para se deslocar até Maceió onde os dois apanhariam uma cesta básica para ajudar seus pais, não mais retornando e viajando constantemente, além de haver recebido orientações para chamar o raptor de pai, que entre outras coisas o obrigava a trabalhar sob a ameaça de castigos físicos.

O traslado do menor para União dos Palmares depois de checagem das informações deve ocorrer nos próximos dias.

Veja o Vídeo e conheça a família do menino

http://www.youtube.com/watch#!v=wjJ_jiPT8GM