Consumidores criticam atendimento da Equatorial em Alagoas

A população tem reclamado com frequência da demora no tempo-resposta da Equatorial Alagoas para atender chamados e da falta de ressarcimento por danos causados pela queima de eletrodomésticos em razão das quedas de energia e oscilações constantes no fornecimento.

Entre 1º de janeiro e esta quarta-feira, o Procon registrou 610 queixas contra a distribuidora, segundo a Gerência de Atendimento, Orientação e Conciliação do órgão.

Um dos casos mais recentes ocorreu na última terça-feira, quando um poste localizado na Rua São Carlos, nos fundos do Empresarial Humberto Lobo, na Serraria, pegou fogo durante a noite. Moradores e empresários acionaram a Equatorial, mas a equipe demorou mais de uma hora para chegar ao local. O Corpo de Bombeiros, chamado em paralelo devido ao risco de propagação do fogo pela fiação, chegou bem antes, mas precisou aguardar a interrupção do fornecimento de energia pela concessionária.

No prédio empresarial, onde funcionam escritórios de advocacia, clínicas médicas e empresas de diferentes ramos, o episódio trouxe transtornos e insegurança.

O deputado federal Paulão (PT), crítico da privatização dos serviços, classificou o atendimento da distribuidora como “sofrível” e lembrou que a Equatorial lidera o ranking de reclamações no Procon.

O Sindicato dos Urbanitários de Alagoas também reforçou as críticas, destacando os aumentos tarifários acima da inflação. Segundo a presidente da entidade, Dafne Orion, em 2022 a alta foi de 19,88% contra 5,79% da inflação, e em 2023 de 17,59% frente a 4,62%. Para o sindicato, a privatização da antiga Ceal não trouxe benefícios, sobretudo às áreas mais vulneráveis, que seguem enfrentando problemas recorrentes como quedas de energia, baixa qualidade no atendimento e precarização das condições de trabalho dos empregados da empresa.

A entidade ainda acusou a Equatorial de falta de transparência e de priorizar o lucro em detrimento do compromisso social, defendendo que serviços essenciais como energia e água sejam prestados por empresas públicas.

Posicionamento da Equatorial

Em resposta, a Equatorial destacou que já investiu R$ 2,14 bilhões desde que assumiu a concessão em 2019, construindo oito novas subestações e ampliando outras 14, em cidades como Maceió, Coruripe, Craíbas, Girau do Ponciano, Barra de São Miguel e Porto de Pedras.

A empresa informou que os investimentos reduziram em 62,13% a duração média de interrupções e em 69,55% a frequência das ocorrências desde 2019, garantindo, segundo ela, maior estabilidade no fornecimento. A distribuidora acrescentou que tem ampliado os canais de atendimento para oferecer mais agilidade e praticidade aos clientes.

Sobre o caso do incêndio no poste na Serraria, a Equatorial afirmou que as equipes foram acionadas após contato do Corpo de Bombeiros e chegaram ao local dentro do prazo previsto.